Cotidiano

Nova sede será abrigo de refugiados

O prédio sequer foi concluído e mesmo contra a vontade de servidores será transformado em abrigo

Nova sede será abrigo de refugiados Nova sede será abrigo de refugiados Nova sede será abrigo de refugiados Nova sede será abrigo de refugiados

Há quatro anos parada, a construção da nova sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Rua General Sampaio, bairro 13 de Setembro, será utilizada pelo Exército para abrigar venezuelanos. 

O superintendente do Incra, Antônio “Maranhão” Gomes, disse que a ideia de usar o prédio como abrigo é da Casa Civil da Presidência da República. Uma vez que, o Governo Federal busca estruturas ociosas para atender a alta demanda de venezuelanos desabrigados, mesmo após a instalação de oito abrigos em Boa Vista.

“É uma determinação do Governo Federal, não é que a gente queira. Aqui, não tem um servidor que queira ceder a construção de sua sede. Mas quando eu recebi a ordem da Casa Civil determinando que o nosso prédio fosse usado por estar ocioso, não tive como dizer não”, relatou.

Apesar de ter que ceder o espaço, “Maranhão” disse ter pedido para que sejam isoladas a parte a ser utilizada pelos venezuelanos, daquela construção onde estão armazenados equipamentos e documentos do Incra. Uma espécie de almoxarifado dentro de um dos blocos.

“Diariamente os servidores estão indo em busca de documentos e equipamentos que guardamos por lá. Pedimos o isolamento para que não haja confusão entre os venezuelanos e servidores no meio do trabalho que eles fazem ali”, destacou.

A construção da sede do Incra, composta por dois blocos e um auditório, começou em 2006. Inicialmente orçada em R$ 500 mil, de acordo com a placa da construção, o dinheiro foi gasto sem que a obra fosse concluída. Novos estudos indicam que, agora, para finalizar o projeto básico será necessária uma suplementação de pelo menos R$ 8 milhões.

Depois de quatro anos, a pintura está desgastada, mas as janelas têm os vidros intactos. Dois funcionários de uma empresa de segurança vigiam o portão de entrada.

De acordo com o superintendente, a obra foi interrompida em 2014. A empreiteira Sabiá demonstrou não ter os recursos necessários para realizar o serviço. Esse caso se aplica especialmente à construção do auditório, que, segundo Antônio Maranhão, deixou a desejar na parte externa.

“Eu era adjunto na época em que paramos a obra. Eu mesmo fiz o parecer pedindo que o serviço fosse cancelado, pois a empresa já demonstrava não ter os materiais exigidos. Nós teríamos mais problemas transferindo recursos para uma empresa que já tinha sido contratada para tê-los do que simplesmente cancelar o contrato”, explicou.

Antônio afirmou que, desde então, houve tentativas de contratar outras construtoras para dar continuidade ao projeto. Mas, a falta de dinheiro se tornou o maior empecilho.

“Os engenheiros fizeram um levantamento. Chegamos à conclusão de que precisaríamos de R$ 8 milhões para terminar a obra. Eu assumi a superintendência do Incra em junho de 2016, e desde de lá estamos tentando conseguir esses recursos”, ilustrou.

Apesar disso, “Maranhão” afirmou que um parlamentar prometeu buscar recursos para a construção da sede. “Um parlamentar me falou que está tentando fazer uma emenda para que a construção seja retornada. A estrutura que temos atualmente é terrível. Pouco espaço e ainda pagamos um aluguel caro. O que mais queremos é que nossa sede fique pronta”, sintetizou.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.