Em razão das constantes chuvas, o nível das águas do Rio Branco tem subido significativamente. De acordo com dados da Companhia de Água e Esgoto do Estado de Roraima (Caer), no dia 1º de junho o nível estava marcando 2,19m. Ontem, 14, o nível atingiu 3,08m, o que equivale a um aumento de 0,89cm em 13 dias. De acordo com o meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves, as chuvas estão dentro da normalidade, alcançando em torno de 210 mm por conta do fenômeno climático El Niño, onde ocorre o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico.
“As pessoas têm medo de que aconteça outra vez o alagamento de 2011, mas não há perigo. É possível que o nível alcance cerca de seis metros, prejudicando áreas como o Beiral, onde qualquer chuva forte atinge com facilidade. Mas, por enquanto, não há previsão de chuvas fora do normal. No ano passado, nesta mesma época, o rio atingiu 3,30 m. Este ano estamos com 3,07 m até o momento”, frisou Alves.
Para as famílias que moram em áreas de risco, como a área Caetano Filho, o Beiral, no Centro, o aumento do nível é uma preocupação. Para tanto, a Defesa Civil Municipal já está preparada para atuar. Segundo o diretor do órgão, Amarildo Gomes, o mapeamento das áreas de risco e o cadastramento das famílias que moram nesses locais ocorreram nos últimos dois meses.
“Diariamente realizamos um acompanhamento da situação do rio. O nível de alerta é de 6 metros. Atingindo 7 metros, já devemos retirar as famílias”, disse. Segundo Gomes, os bairros mais afetados pelo acréscimo do nível do Rio Branco são Calungá, zona Sul; e Cauamé, zona Norte, além do Beiral, no Centro. O bairro Paraviana, zona Leste, também pode sofrer alagamento.
O Ginásio Ribeirão, localizado na Vila Olímpica Roberto Marinho, e o ginásio da Escola Estadual Doutor Ulysses Guimarães, ambos no bairro Doutor Silvio Botelho, zona Oeste de Boa Vista, estão à disposição da Defesa Civil Municipal para abrigar as famílias cadastradas caso seja necessário. “Em caso de emergência, a população pode contatar a Defesa Civil do município pelo 156 e uma equipe irá imediatamente ao local averiguar a situação”, frisou Gomes.
OUTROS CASOS – Em 2006, o nível do Rio Branco atingiu 8,8 m, causando estado de emergência na cidade e em outros municípios do Estado. Mais de 368 famílias foram retiradas de suas residências e encaminhadas para abrigos por mais de dois meses. No ano de 2011, o rio chegou a atingir mais de 10 metros acima do nível normal, deixando 70% de Caracaraí submersa. Conforme dados da Caer, o caso de 2011 foi o maior nível já registrado. (A.G.M)