AÇÃO INTERINSTITUCIONAL

Mutirão busca garantir direitos de internos indígenas no sistema prisional

A equipe envolvida conta com intérpretes, antropólogos, entre outros profissionais para lidar com questões culturais e sociais. Ação segue até a quinta-feira (20)

Mutirão busca garantir direitos de internos indígenas no sistema prisional Mutirão busca garantir direitos de internos indígenas no sistema prisional Mutirão busca garantir direitos de internos indígenas no sistema prisional Mutirão busca garantir direitos de internos indígenas no sistema prisional
A ação aconteceu nesta segunda-feira (17) na Cadeia Pública Masculina (Foto: ASCOM/DPE-RR)
A ação aconteceu nesta segunda-feira (17) na Cadeia Pública Masculina (Foto: ASCOM/DPE-RR)

O primeiro mutirão interinstitucional voltado a presos indígenas iniciou nesta segunda-feira (17) na cadeia pública masculina em Boa Vista. O mutirão continua nas demais unidades prisionais de Roraima.

Organizada pela Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), por meio do Grupo Especial de Promoção dos Direitos Humanos (GPDH), Programa Liberdade Conectada, sob a coordenação do defensor Wagner Santos, em parceria com a SEJUC e Observatório de Direitos Humanos da UFRR, SEJUC, GMF, TJRR se estende até quinta-feira (20) e atendeu quase 100 internos no primeiro dia.

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“Esse é é o primeiro mutirão para presos e presas indígenas realizado de maneira interinstitucional no estado e quiçá a nível nacional. Estamos fazendo reparação histórica ao trazer esse recorte étnico ao mutirão, buscando sensibilizar o sistema de justiça para os marcadores que os diferenciam dos demais presos”, destacou defensora pública Jeane Xaud, coordenadora do GPDH da DPERR.

A equipe envolvida na ação conta com intérpretes, antropólogos, entre outros profissionais capacitados para lidar com as especificidades culturais e sociais dos presos e presas indígenas.

A ideia do mutirão surgiu de uma necessidade de escuta especializada para os presos indígenas, explica a coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas e Direitos Humanos da UFRR, Cristina Cardoso, explicou a participação da universidade na iniciativa.

“Nós ganhamos um edital voltado para o atendimento do público indígena, e a ideia é fazer uma espécie de censo especializado na questão indígena dentro do ambiente prisional. A população indígena no cárcere é apagada e, realizar [a ação] com a Defensoria Pública, faz todo sentido, porque também é uma preocupação da DPE esse atendimento a povos que são mais vulneráveis”, afirmou.

Ação interinstitucional segue até a quinta-feira (20) (Foto: ASCOM/DPE-RR)

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Cristina também ressaltou que o formulário aplicado no mutirão foi elaborado com o auxílio de antropólogos para garantir um olhar mais aprofundado sobre as especificidades dessa população. O questionário será usado na construção de um banco de dados para aprimorar a assistência e a reintegração social dos internos indígenas.

“Existem previsões legais que permitem alternativas para o cumprimento de penas por indígenas, como a possibilidade de cumprimento na comunidade. Essas diretrizes estão em resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas precisam ser efetivadas. Nosso objetivo com esse diagnóstico é ir além do jurídico e identificar também necessidades sociais, contribuindo para a construção de uma rede de atendimento mais capacitada para lidar com essa realidade”, finalizou.

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