Cotidiano

Municípios têm dificuldade de reduzir malária por causa do garimpo

Roraima já registrou mais de 15 mil casos neste ano

Neste ano, foram registrados mais de 15 mil casos de malária em Roraima. O Estado tem uma meta de reduzir os casos de malária, no entanto, Boa Vista e Normandia não conseguiram alcançar este resultado por motivos diferentes, mas ambos relacionados ao garimpo. Os dados são do Relatório de Gestão da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde.

No segundo quadrimestre de 2021, Boa Vista não a atingiu a meta prevista, pois o município é alvo de notificações equivocadas feitas por outros estados da federação, que notificam casos de malária oriundos de garimpos de Roraima, como se a infecção tivesse ocorrido na capital.

Já em Normandia, o relatório aponta um aumento expressivo no número de casos de malária em decorrência da atividade de garimpo nas Terras Indígenas Macuxi/Wapixana, em ampla expansão nas áreas da comunidade indígena Napoleão, região da Raposa, sob a gestão de saúde do Distrito Sanitário Especial (Dsei) Leste. No município, foram registrados 142 casos de malária somente de maio a agosto deste ano, contra apenas oito casos no mesmo período do ano anterior (um aumento de 1.675%). 

“O Estado deverá acompanhar e apoiar esses municípios para que possam solucionar problemas que estão interferindo na gestão do controle da malária, causando impacto negativo as metas e indicadores de saúde do Estado”, diz o relatório.

Em relação a redução dos casos de malária, causado pelo Plasmodium falciparum, os municípios encontraram dificuldade para atingir essa meta, porque a procedência desses casos é oriunda de áreas de garimpo, em terras indígenas. Isso limita a investigação e o acompanhamento da cura, pela impossibilidade de acesso tanto do Estado quanto do município, nessas áreas.

Casos 

A Secretaria de Saúde informou que em todo Estado de Roraima, no ano de 2020, foram registrados 18.663 casos confirmados de malária e em 2021 foram registrados 15.271.
 
Só em Boa Vista, foram confirmados 235 casos em 2020 e em 2021 foram 498.

Em todo o Estado, foram confirmados, no ano de 2020, 16 óbitos pela doença e em 2021 houve oito óbitos.

Nos DSEI’s (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), a infecção por malária em 2020 chegou a 4.564 casos no DSEI Leste e 11.870 no DSEI Yanomami. Em 2021, até 15 de setembro, foram confirmados 2.360 casos no DSEI Leste e 10.963 casos no DSEI Yanomami.