O abastecimento de água nos municípios Pacaraima, São Luiz e São João da Baliza está em situação de colapso. A informação foi divulgada à FolhaBV pelo presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), James Serrador, na manhã desta terça-feira (27).
Conforme ele, as barragens de água, que correspondem a mais de 50% do abastecimento nessas cidades, secaram completamente. A situação é um reflexo do grave período de estiagem no estado, devido aos efeitos do fenômeno climático El Niño.
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“É pesado falar esse termo, mas é a realidade. Agora, esses municípios serão abastecidos somente pelos poços artesianos. Vamos iniciar a perfuração de mais dois poços em Pacaraima e suspender o serviço que estava sendo realizado na capital para transferir a máquina de perfuração para São Luiz e depois para São João da Baliza. É uma situação crítica”, explicou.
O presidente ressaltou que a maior parte das regiões que dependem do sistema de represas estão com o abastecimento de água potável comprometido, como a vila Campus Novos, exemplo dado por ele. Quanto à produção de poços artesianos, ele afirmou que foi afetada em uma média de 20% a 30%.
“A média é essa, mas alguns poços tiveram 50% da produção comprometida. Outros já secaram, como em Rorainópolis e na vila Campus Novos. Estamos fazendo serviços de perfuração de poços no interior, mas há o risco de não encontrarmos água neles. Existe essa dificuldade devido à estiagem”, disse.
Situação na capital
Apesar da estiagem afetar todo o estado, em comparação aos municípios do interior, James afirma que a capital ainda está em uma situação “confortável”, devido à implantação de um novo sistema de captação superficial de água.
Na manhã desta terça, o nível da água do Rio Branco atingiu -0,15 metros. O presidente afirmou que a captação será comprometida se a água chegar a -0,60 metros, 45 centímetros a menos de como está no momento. “Teríamos que começar a desligar a bombas do sistema de captação submersa e racionar água, mas o cenário atual não é esse”.
A última estiagem severa na principal fonte de abastecimento de Boa Vista aconteceu em fevereiro de 2016, quando se atingiu -57 centímetros. Em 1998, outra época de forte seca, a medição registrou -72 cm, também no segundo mês do ano.
