Cotidiano

Município de Amajari fica sem luz por mais de oito horas por dia

Cerr confirmou que enfrenta crise por falta de recurso para comprar diesel, porém informou que problema já havia sido solucionado

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Todos os dias, os moradores do município do Amajari, cidade ao Norte de Roraima, enfrentam o mesmo drama. Por pelo menos oito horas por dia, a cidade fica sem energia elétrica e isso tem prejudicado a vida de mais de 10 mil habitantes da região. O problema vem se arrastando desde o início do ano, conforme vem denunciando a Folha e foi relatado pelo deputado estadual Marcelo Cabral (PMDB) durante discurso na Assembleia Legislativa de Roraima, na manhã desta quarta-feira.

A pedido dos moradores da região, o parlamentar pediu apoio da Casa para oficialização de um pedido de regularização do fornecimento de energia na região e informou ter protocolado um pedido de convocação do presidente da Companhia Energética de Roraima (CERR), Augusto Iglesia, para prestação de esclarecimentos aos deputados sobre o que tem ocasionado os constantes apagões na cidade. “Temos um terço de energia para a sociedade, comerciantes e produtores. Vejo as pessoas e comerciantes ligando preocupados. Quando chegam à CERR, no posto do Amajari, eles falam claramente que não tem combustível para manter a termelétrica”, disse o parlamentar ao relatar a intercalação de energia na região: uma hora a sede é atingida, outra as vilas próximas.

Em maio deste ano, a CERR e a Assembleia Legislativa assinaram uma Carta Compromisso, durante audiência pública ocorrida no plenário Noêmia Bastos Amazonas. O documento reforça o compromisso em resolver as questões de energia elétrica no Amajari e foi acompanhada por convidados e moradores daquela cidade que vieram para Boa Vista na esperança de notícias favoráveis.

No dia 18 de maio, a cidade ficou mais de 27 horas sem energia. O presidente da CERR, a época, justificou o fato devido a um problema no gerador de energia, mas garantiu que logo a energia retornaria. Um crédito suplementar de R$1 milhão foi autorizado pelos deputados estaduais para a CERR para que o problema fosse sanado.

Marcelo Cabral lembrou que a governadora Suely Campos (PP) é natural do Amajari e esperava que ela tivesse um olhar mais sensível para a região. Segundo contou, todos saem prejudicados com os apagões e pediu que a situação fosse regularizada o quanto antes.

O deputado ressaltou o potencial produtivo da região e disse que a falta da energia preocupa todo o estado. “Aí eu vejo um governo despreparado, descompromissado com o povo, com o setor produtivo, com o homem do campo que põe o alimento à mesa”, lamentou.  

Como aparte do discurso, o deputado Soldado Sampaio (PCdoB) justificou que muitos problemas enfrentados pelo Governo hoje são decorrentes de empréstimos feitos pela gestão passada em mais de R$ 1 bilhão. Em relação ao montante enviado para CERR, Sampaio falou em desvio e pediu para que a Assembleia abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. “Hoje falta energia no interior porque o dinheiro foi desviado e a atual gestão nada fez e nós temos uma parcela de culpa por não fazer também”, declarou.

Após ouvir o pronunciamento do parlamentar, a deputada Lenir Rodrigues (PPS) pediu aos colegas, principalmente à oposição, que parem com o discurso de colocar a culpa dos problemas do Estado na gestão passada. “É muito fácil colocar histórias antigas, com todo respeito deputado, esse discurso ninguém aguenta mais, ninguém aceita mais”, frisou.

CERR – O presidente da Cerr, Augusto Iglesias, confirmou a situação do Amajari e afirmou para a Folha que a empresa alugou geradores novos, mas que o problema é o abastecimento de diesel. “A Cerr está passando por uma situação difícil por falta de crédito”, disse acrescentando que a Petrobras só aceita fornecer o combustível com pagamento à vista.

Segundo ele, diante da falta de recurso para aquisição à vista e do feriado que surgiu no início do mês, a compra demorou mais do que o previsto, o que obrigou a empresa a fazer racionamento. Porém, Iglesias disse que ontem a Cerr concluiu a compra de diesel e que a situação já havia voltado à normalidade.

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