Cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que invadiram uma área na região do Bom Intento, depois da ponte do Cauamé, ao lado do novo do Centro Sócioeducativo (CSE), na saída para a Venezuela, realizaram uma manifestação no local reivindicando que a área, que pertence ao Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), seja legalizada e que as famílias que estão demarcando os espaços sejam cadastradas. Houve princípio de confusão, mas a Polícia Militar foi acionada para apaziguar os ânimos.
Segundo o líder do movimento, Hércules da Silva, 32, a revolta de alguns integrantes era por conta de um homem que estava cobrando uma taxa em dinheiro para realizar o cadastro das famílias. “O Teca chegou aqui, formou uma comissão, registrou outra associação e está cobrando uma taxa para o registro dos moradores. Porém, essa pessoa nem mora aqui e não há nada registrado até agora”, disse.
Conforme Silva, o movimento está indo em busca da regularização da área desde que houve a ocupação, no fim do mês passado. “Estamos desde o começo correndo atrás da liberação da área com o governador Chico Rodrigues, que liberou a área, mas ainda não aconteceu porque não foi realizada a topografia para demarcar os terrenos para que cada família ocupe sua área”, comentou.
Outro integrante do movimento, que preferiu não se identificar, disse que o Iteraima exigiu uma documentação dos invasores para que eles pudessem permanecer no local. “Pediram cópias da identidade e do CPF autenticados em cartório para que fossem realizados os cadastros das famílias daqui”, afirmou.
INVASÃO – No fim de outubro, cerca de 3.200 famílias invadiram a área, que pertence ao Governo do Estado e está registrada como parte do Programa do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida”. Os ocupantes dizem que como a área é para loteamento de programas habitacionais, ninguém vai retirá-los de lá.
ITERAIMA – A Folha tentou entrar em contato com a Assessoria de Comunicação do Iteraima para saber informações sobre a área e sobre a promessa feita aos invasores, mas, até o fechamento desta matéria, às 19h45, não obteve nenhuma resposta. (L.G.C)
Cotidiano