Cotidiano

Mototáxis continuam na irregularidade

Com embate para conseguir aprovação do projeto que regulamenta o serviço, motoqueiros viabilizam transporte por meio das redes sociais

Mototáxis continuam na irregularidade Mototáxis continuam na irregularidade Mototáxis continuam na irregularidade Mototáxis continuam na irregularidade

Há mais de três anos atuando na irregularidade, os motoqueiros que prestam serviços de mototáxis continuam esperando que a atividade seja regulamentada por lei em Boa Vista. São mais de 320 pessoas fazendo o transporte na capital sem que haja qualquer tipo de identificação ou meios que assegurem a segurança para piloto ou passageiro/cliente. Com a falta de apoio, os mototaxistas cobram mais barato para não sair no prejuízo.

Segundo apuração da reportagem da Folha, o valor é cobrado conforme o trajeto e a distância. O preço mais caro é R$ 20, cobrado de quem tem o conjunto habitacional Pérola do Rio Branco, no bairro Dr. Airton Rocha, como destino.

Um dos mototaxistas ouvidos pela Folha garantiu que sabe que o transporte não é legalizado, mas que existe um grupo formado por pessoas que exercem a atividade. “Fizemos um grupo e a gente anuncia, então já levei gente até para a Pamc [Penitenciária Agrícola de Monte Cristo], para banhos e todos os cantos. Os outros também”, disse.

O mototaxista prosseguiu informando que, por conta de divergências entre táxis convencionais e motoristas de aplicativos, o serviço fica cada vez mais longe de ser reconhecido pelo poder público. Ele criticou os valores cobrados pelos transportes que são reconhecidos, dando o exemplo de que um táxi comum chega a cobrar R$ 50 do Centro para bairros que são próximos.

Para os motoqueiros, a regularização seria um meio de conseguir os direitos garantidos, porém, a demora nas conversas e apresentação de projetos de lei na Câmara Municipal de Boa Vista deixa cada vez mais distante a opção de outro tipo de transporte ofertado para a população. “Continuamos trabalhando, já que a gente precisa”, encerrou o mototaxista.

Projeto de Lei pode ser votado após segundo turno

Em abril deste ano, a regularização dos mototáxis foi tema de uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Boa Vista. Na ocasião, o Conselho Municipal da Cidade afirmou que já existe a Lei nº 12.009/12 que oficializa o exercício da profissão, cabendo aos municípios regulamentarem o serviço. O representante enfatizou que, após a regulamentação, seria possível fiscalizar e aplicar taxas necessárias.

Contudo, a afirmação entrou em divergência com representantes do Sindicato dos Taxistas de Roraima, que acreditam na possibilidade de mototáxis diminuírem os passageiros de ônibus e táxis convencionais, além de aumentar os acidentes.

Após a audiência, o vereador Manoel Neves (PRB), autor do Projeto de Lei que visava regulamentar a profissão em Boa Vista, decidiu repassar a autoria para outro vereador por afirmar que, após pesquisas, entendeu que o assunto era “muito polêmico”. O vereador Pastor Jorge (PSC) assumiu a função de apresentar novamente o projeto para conseguir aprovação da atividade.

Segundo o vereador do PSC, após o segundo turno das eleições, o projeto deve entrar em pauta na Casa. “Falei com um dos representantes da classe e me comprometi a isso. Só que depende de fazermos um trabalho com o presidente da Câmara, [vereador] Mauricélio Fernandes. Quero entrar junto com ele porque eu quero que dê logo certo. É bem provável que a gente junte nossas forças e consiga a aprovação”, contou.

Pastor Jorge disse ainda que entende que a regulamentação é necessária porque o serviço já é feito em todo o país, menos em Roraima. O vereador revelou que irá tentar fazer a apresentação ainda neste ano, mas que depende dos trâmites da Casa para conseguir, o que pode demorar e ficar para o ano de 2019, dessa forma, entende que a parceria com o presidente da Casa Legislativa daria celeridade à discussão do projeto. (A.P.L)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.