Técnicos da Procuradoria Especial da Mulher, da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE/RR), por meio do Núcleo de Prevenção, Proteção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, estiveram na República da Guiana para discutir e trabalhar em parceria no combate ao crime de tráfico de pessoas.
A coordenadora do Núcleo, Socorro Santos, disse que o pontapé inicial foi dado nesta quinta-feira, 6, numa reunião com o prefeito regional de Chairman, Bryan Allicock, realizada na cidade de Lethem, que faz divisa com o Brasil por meio do município de Bonfim (RR).
Na ocasião ficou definido que o Núcleo realizará uma capacitação em novembro para as pessoas que moram em Lethem, cuja data ainda será definida. O objetivo é esclarecer o que é o tráfico de pessoas, como acontece e como deve ser combatido.
“Além de acertamos essa capacitação, na reunião também apresentamos ao prefeito a nossa legislação sobre tráfico de pessoas. A República da Guyana não tem uma legislação sobre esse tipo de crime, mas ele conhece o trabalho realizado no Brasil”, disse Socorro. Segundo ela, Allicock se mostrou tão receptivo à capacitação que sugeriu que mais quatro localidades fossem beneficiadas com as informações relativas ao tráfico de pessoas.
“O prefeito Allicock quer firmar uma parceria para capacitar moradores de Aishalton, Sand Geele, Annai e Karasabai, para que sejam multiplicadores. Nos reunimos também com a cônsul do Brasil na Guiana, Lisa Mary de Sousa Reis, que vai nos dar suporte neste trabalho”, afirmou Socorro, comentando que serão, no máximo, três dias de capacitação.
A ideia, conforme a coordenadora do Núcleo, é empoderar as pessoas que moram depois da fronteira para que conheçam a legislação brasileira sobre o tráfico de pessoas. “Como eles não têm legislação, não sabem conceituar o tráfico de pessoas. Então, não sabem definir quando trata-se de tráfico.
Na capacitação vamos repassar informações de como identificar esse tipo de crime e que denunciem às autoridades, para que o que Brasil possa resgatar essas vítimas”, explicou Socorro.
Para a visita à Guiana, a equipe do Núcleo recebeu o auxílio do GAPI (Grupo de Apoio aos Indígenas) da etnia Wapixana na realização deste encontro