Moradores do Conjunto Habitacional Pérola do Rio Branco, no bairro Dr. Airton Rocha, na zona oeste, reclamam que o programa de prevenção primária “Vizinhança Solidária e Segura”, implantado em maio deste ano e gerenciado pela Coordenadoria de Policiamento Comunitário e Direitos Humanos da Policia Militar, não está sendo realizado e os casos de ilícitos têm aumentado de forma preocupante.
Segundo a moradora Markene Vieira, que participou do lançamento do programa, a proposta era inibir o crescimento da criminalidade, integrar ações conjuntas de monitoramento, combater as ocorrências de ilícitos e aproximar a polícia da comunidade. Mas tudo ocorreu ao contrário: a presença de policiais no bairro diminuiu e não houve nenhum tipo de aproximação com os moradores.
“Na reunião de lançamento que houve, a proposta era boa, mas nada aconteceu. Ao contrário, difícil ver polícia aqui, no bairro, e nunca tivemos aproximação ou contato com eles. O programa piorou a segurança no bairro”, afirmou.
Segundo ela, o número de furtos e arrombamentos no bairro tem aumentado de maneira assustadora. Este mês, em um só dia, três residências foram furtadas na avenida onde reside. A polícia foi chamada e passou mais de duas horas para atender ao chamado. “Não podemos sair de casa. Se a gente sai, somos roubados. A polícia demora horas para aparecer, mesmo quando chamamos. Vivemos assustados. Esse programa, ao invés de aproximar a polícia do morador, afastou”, disse.
Outra moradora, que não quis ser identificada, disse que só ouviu falar do programa no dia do lançamento. Ela afirmou que o maior alvo de furtos no bairro são os comerciantes. Disse que ultimamente a situação tem se agravado e a confiança dos moradores na Polícia Militar diminuiu depois do programa. “Esse programa é um vizinho fantasma que ganhamos para ajudar as pessoas que roubam os trabalhadores. A nossa confiança nos policiais só enfraqueceu depois do lançamento. Não vemos mais sequer viaturas no bairro”, reclamou.
PM diz que programa está sendo realizado e que vai ser ampliado
Conforme o coronel Lindolfo Bessa, da Polícia Militar, por meio de um conselho comunitário constituído por moradores, as reuniões com participação da corporação estão acontecendo. O objetivo dos encontros é monitorar os problemas que estão acontecendo na localidade para ação de combate.
Segundo ele, as redes sociais e o aplicativo de mensagem WhatsApp estão sendo instrumentos de troca de informações constantes entre policiais e moradores. Depois da implantação do programa, o oficial disse que o índice de furtos e arrombamentos no bairro caiu. Ele não apresentou estatísticas.
“Realizamos constantemente reuniões com os moradores como meio de aproximação e suporte para identificarmos os problemas existentes. Para ação da polícia na eliminação dos tais, as redes sociais e WhatsApp ajudam na troca de informação diária com as pessoas que moram na localidade. Assim sabemos tudo o que acontece. O resultado tem sido excelente, houve uma grande redução no cometimento de ilícitos na região”, frisou.
Segundo ele, a pretensão é estender o programa para outras localidades da cidade, havendo a confirmação dos estudos de implantação do projeto Residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, também na zona oeste, local de várias ocorrências policiais.
“A única diferença entre o projeto que está sendo implantado no Pérola do que vamos inserir no Vila Jardim é que este último dispõe de um policiamento específico, por meio de uma base comunitária instalada na Escola Irmã Maria Tereza Parodi, que foi militarizada pelo governo. Isso tem possibilitado um retorno positivo não só para a população, como também na execução das nossas ações de trabalhar o preventivo e aplicar o repressivo somente quando necessário”, salientou .(E.S )