Pacientes que aguardam por cirurgias eletivas (não urgentes) podem ter o procedimento adiantado nos próximos meses. Isso porque, o Ministério da Saúde vai criar uma fila única para cirurgias que não são consideradas de urgência em todos os estados do País. A novidade foi divulgada em nota na última quinta-feira, dia 27, no site da instituição.
Os gestores terão 40 dias para integrar suas informações aos dos municípios e enviar ao Ministério a quantidade de pacientes que aguardam pela realização dos procedimentos. Em Roraima, o levantamento é realizado pela Sesau (Secretaria Estadual da Saúde) e ainda está em fase de conclusão.
Cirurgias como catarata, de varizes ou de próstata, serão reguladas com base em uma fila única em todo o Brasil. Na nota divulgada, o Ministério afirmou que, “a medida visa dar transparência e agilidade ao atendimento dos pacientes, que muitas vezes ficavam sujeitos à fila de um único hospital e deixavam de concorrer a vagas em outras unidades da região. Além disso, ao saber a demanda nacional, o Governo Federal poderá alocar os recursos de forma mais eficiente e equânime”.
A previsão é que sejam investidos R$ 360 milhões em mutirões de cirurgias em todo o País, mas somente os estados que incluírem a lista no Sisreg (Sistema Nacional de Regulação) serão beneficiados.
O secretário estadual de Saúde, César Penna, participou da reunião com o Ministro da Saúde, onde ficou definida a medida. Segundo ele, a ideia é programar mutirões conforme a real necessidade de cada estado, além de possibilitar ao usuário o acesso pela internet para saber qual o seu lugar na fila, tornando o processo mais organizado e democrático.
Atualmente, segundo Penna, o sistema funciona da seguinte maneira: “Quando uma pessoa sai da consulta especializada com uma indicação de cirurgia, entra na fila de cirurgia do hospital e não em uma lista de cirurgia geral. Com a nova medida, quando o médico indicar uma cirurgia, a pessoa atendida irá para uma fila única para ser atendido dentro da ordem”. Nesse sentido, a Sesau afirmou está finalizando o levantamento com a demanda completa de pacientes que aguardam por cirurgias eletivas.
No âmbito municipal, a Prefeitura de Boa vista já realizou levantamento para identificar o número de pacientes que aguardam cirurgias eletivas na Capital e os dados já foram enviados ao Ministério da Saúde.
Número de cirurgias eletivas aumenta em Roraima
Conforme dados da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), o número de cirurgias não urgentes realizadas no HGR (Hospital Geral de Roraima) subiu de quatro mil, em 2015, para quase seis mil em 2016. Somando todos os procedimentos de emergência e todas as cirurgias eletivas realizadas no Estado, o número superou a marca de 15 mil cirurgias nos dois anos.
A principal demanda por cirurgias eletivas em Roraima, segundo informações da Sesau, é na área de cirurgia geral e ortopedia.
Além de manter os procedimentos tradicionais, a Sesau tem disponibilizado também novos tratamentos, como as cirurgias de retina, por exemplo. Outra novidade é que este ano foi realizado em Roraima o primeiro implante de prótese no quadril, por meio de um convênio firmado com o Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), do Rio de Janeiro. Novas cirurgias estão previstas ainda para este semestre.
Já no HCSA (Hospital da Criança Santo Antônio), única unidade onde são realizadas cirurgias pela Assistência em Saúde Municipal, em 2016 foram realizadas 1.005 cirurgias eletivas. O maior número de cirurgias realizadas em 2016 foi a bucomaxilofacial, com 191 procedimentos. (C.C)