
Barreiras econômicas, insegurança e medo da violência continuam sendo os principais fatores que impedem a população brasileira de participar de atividades culturais presenciais. É o que revela a 6ª edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pelo Observatório Fundação Itaú, com apoio técnico do Datafolha.
O levantamento entrevistou 2.432 pessoas, entre 16 e 65 anos, em todas as regiões do país, entre os dias 11 e 26 de agosto. Os resultados mostram que 34% dos brasileiros deixam de frequentar atividades culturais por questões financeiras, enquanto 31% afirmam que a insegurança e o temor da violência são os maiores obstáculos. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com 95% de confiança.
Custos limitam principalmente mulheres e moradores de grandes cidades
A pesquisa revela que o impacto econômico pesa mais para as mulheres (36%) do que para os homens (33%). Entre os custos que mais dificultam o acesso, o preço dos ingressos, citado por 22% dos entrevistados, é o principal, seguido do gasto com transporte, mencionado por 19%.
O peso das barreiras financeiras também aumenta conforme o tamanho do município:
43% dos moradores de cidades de grande porte afirmam enfrentar limitações econômicas; Nos municípios pequenos, esse índice cai para 29%.
Medo de assaltos e falta de policiamento desestimulam público
Entre os 31% que apontam insegurança e medo da violência como fator que reduz a motivação para participar de atividades culturais, os principais receios são:
Assaltos ou furtos nos próprios espaços culturais (47%);
Falta de policiamento nos arredores dos eventos (42%);
Riscos no trajeto até os locais, como furtos e assaltos, citados por 28% dos entrevistados.
A pesquisa também aponta preocupações específicas relacionadas ao transporte público (23%) e destaca a vulnerabilidade feminina: 28% das mulheres mencionam medo de violência de gênero ou assédio, tanto nos espaços culturais quanto no deslocamento.
Desafios para o acesso à cultura
Os dados revelam que cerca de um terço da população brasileira enfrenta barreiras significativas que dificultam a presença em eventos e atividades culturais. Tanto os custos quanto a sensação de insegurança afetam diretamente a formação de público, especialmente nos grandes centros urbanos.
A pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas e ações privadas que ampliem o acesso à cultura, reduzam custos e garantam mais segurança, permitindo que mais pessoas desfrutem de atividades culturais de forma plena e segura.