Cotidiano

Médico alerta para viroses durante inverno

Como nem sempre o médico pode definir de uma maneira direta a causa de uma doença, isso pode ser classificado como virose

Nesta época do ano, quando as chuvas ficam intensas, é comum que muitas pessoas apresentem febre, tosse, congestão nasal ou coriza. A primeira ideia que vem à cabeça é a possibilidade de estar com gripe. No entanto, segundo informações do Ministério da Saúde, existem mais de mil vírus diferentes que também causam os mesmos sintomas. Os médicos só categorizam diretamente como gripe quando o quadro sintomático é mais severo. Caso contrário, a doença pode ser enquadrada como mais uma das famosas viroses.

O médico infectologista Mauro Asato disse que, no período de inverno, as pessoas apresentam quadros semelhantes à gripe, mas em contextos distintos. “A maioria delas começa com um quadro de febre, dores de cabeça e no corpo, algumas acompanhadas de dificuldade respiratória, com coriza ou tosse. Algumas pessoas apresentam até quadro de diarreia. Como não se pode definir de uma maneira direta a causa da doença, isso pode ser classificado como virose, justamente porque o médico não tem como fazer o diagnóstico rápido”, disse.

Devido às chuvas, o problema está ligado diretamente à mudança de temperatura e umidade relativa. Ao oscilar a temperatura de forma brusca, algumas pessoas oferecem uma menor resistência às doenças por ficarem com a imunidade mais baixa. A umidade do ar também facilita a transmissão, que pode ser inclusive por contato direto ou indireto de mucosas. Em termos situacionais, todos os vírus têm um alto potencial de circulação. A matemática é simples: quanto mais pessoas infectadas estiverem circulando, mais doenças aparecerão.

Mesmo sem apresentar sintomas, qualquer pessoa pode ser um potencial vetor dos vírus. São os chamados portadores sadios. “A pessoa pode estar com o vírus e não sentir seus efeitos, mas pode muito bem transmitir a doença para pessoas com a imunidade baixa”, destacou o infectologista.

Existem ainda os casos de patologias relacionadas à via hídrica. O consumo ou contato com a água sem tratamento são exemplos comuns nas regiões com saneamento básico precário ou inexistente. “Alguém que por ventura tenha consumido água contaminada pode notar aparição de doenças que apresentem o quadro de diarreia”, explicou o médico.

Como medida de prevenção é recomendada evitar muita proximidade com pessoas que apresentem sintomas respiratórios e lavar as mãos sempre quando houver convívio com enfermos ou contato com objetos possivelmente contaminados. Em relação às doenças vindas pela água, Asato ressaltou que é importante saber sempre a procedência da água.

Se a doença e as dores persistirem, o recomendado é buscar atenção médica imediata. “O paciente precisa saber ainda que, caso as sintomatologias não tenham passado em dois, três dias, e ele não puder fazer suas atividades diárias, é necessário buscar um médico. Pode ser a atenção básica de saúde”, frisou.

HCSA – A Prefeitura de Boa Vista informou que houve um aumento na busca por atendimento no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).  A Secretaria Municipal de Saúde ainda está realizando o levantamento destes dados. “As principais causas de atendimentos e internações relacionadas ao período chuvoso são doenças do aparelho respiratório e doenças diarréicas”, afirmou o órgão. (JPP)