Cotidiano

Mais de 330 apenados já foram beneficiados pelo programa

Promovido pela UFRR, em parceria com diversas instituições, o projeto visa inserir os reeducandos na sociedade, por meio de capacitações para o trabalho

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O projeto João de Barro completou 10 anos e a UFRR (Universidade Federal de Roraima) reuniu os parceiros em solenidade comemorativa na manhã desta sexta-feira, dia 15, para comemorar, mostrar a importância do projeto e avaliar os benefícios que pelo menos 330 detentos do sistema prisional de Roraima já tiveram.
A reitora da UFRR, professora Gioconda Martinez disse que o projeto é realizado em parceria com a Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania) e os órgãos do Sistema S (Sesc [Serviço Social do Comércio], Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial] e Sesi [Serviço Social da Indústria]), que oferecem cursos e serviços diversos aos reeducandos. Atualmente pelo menos 37 reeducandos, sendo destes 14 mulheres, estão participando dos cursos. 
Gioconda disse que o projeto representa a visão da Universidade na sociedade ao oferecer a oportunidade de inserir os reeducandos através de cursos e palestras e serviços sócio-culturaia e até da força de trabalho com a contratação de vários servidores que já passaram pelo sistema prisional do Estado.  
“O João de Barro é um projeto completo, consolidado e que hoje comemoramos 10 anos de sucesso e temos muitos testemunhos de pessoas que foram ressocializadas. Para ser completo só falta a UFRR, a exemplo de outras universidades de Roraima, receber esse reeducando como aluno. Mas esperamos ter isso em breve”, frisou.
INOVADOR – Já o prefeito universitário e coordenador do projeto João de Barro na UFRR, Raimundo Nonato Lopes dos Santos, disse que o projeto é inovador na região Norte e que tem o objetivo da ressocialização de reeducandos dos regimes aberto e semiaberto do sistema penitenciário, por meio de várias atividades na área de infraestrutura, como serviços gerais, manutenção em equipamentos, construção civil, e na área administrativa como entrega de documentos, na Biblioteca Central e na Gerência Operacional.
“Temos vários casos de sucesso, de detentos que foram capacitados no projeto aprenderam uma profissão e ao sair do sistema prisional conseguiram emprego com carteira assinada e outros que continuam prestando serviço para a UFRR por meio das empresas parceiras”, destacou.
O convênio também oferece cursos de capacitação, que vai de autocad a marcenaria, palestras e treinamentos em áreas específicas e operacionais. Com o trabalho, os reeducandos recebem um valor mensal de R$ 600,00 que contribui para as despesas familiares. (R.R)    
Com diploma do projeto, reeducando é contratado com carteira assinada  
O ex-presidiário, Erli Gomes da Silva, 46 anos, deu o testemunho de vida e da oportunidade que teve de voltar ao convívio social através do projeto João de Barro, quando foi selecionado por bom comportamento e fez os cursos de Auxiliar Administrativo e de Carpinteiro Predial. Além, de ser diplomado nos dois cursos, Erli disse que através do projeto conseguiu concluir o Ensino Fundamental e fazer o Ensino Médio. 
Erli trabalha ha quatro anos de carteira assinada numa empresa terceirizada na UFRR, de onde recebe R$ 800,00 para o sustento da família, com a esposa e dois filhos. “Esse projeto foi uma oportunidade única que tive na vida e não deixei escapar. E digo a quem já passou pelo que passei que se tiverem essa oportunidade, e que queiram se ressocializar, que se agarrem a essa esperança e continuem a trabalhar, divulgar e valorizar esse projeto”, frisou.  (R.R)  
Projeto dá oportunidade de recomeçar a vida, diz secretário
Para o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Natanael Nascimento, o projeto João de Barro é o de maior repercussão da comunidade carcerária de Roraima, pois dá a oportunidade ao detento de apreender uma profissão e voltar ao convívio social. “Já são 10 anos de existência e ultrapassou todas as barreiras de administrações e não sofreu descontinuidade e que trouxe resultados positivos, não pela qualificação profissional, mas pelo reflexo nas suas famílias e na sociedade que recebe um cidadão resocializado”, frisou.
Nascimento destacou ainda que o índice de retorno do individuo que participa do projeto João de Barro para a marginalidade, é muito baixo. “É um projeto que funciona, que resocializa, que dá oportunidade e que os apenados sabem aproveitar essa chance”, frisou.
Ele destaca que o projeto é realizado em parceria com a UFRR, Sistema S e o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), do Governo Federal que apresentam os cursos profissionalizantes a serem ofertados e a Sejuc, através do Departamento  Penitenciário, seleciona os internos que queiram participar dos cursos.
“Caso haja uma procura maior que o número de vagas, é feito uma seleção pelo bom comportamento do apenado até para mostrar que esse é o caminho a ser seguido”, frisou.
Segundo Nascimento, ao encerrar o curso o reeducando recebe um certificado que é reconhecido pelos órgãos ministeriais e aceito pelas instituições e empresas do Estado.   “Muitos reeducandos, ao terminar sua pena, foram trabalhar em empresas ou mesmo se tornaram autônomos com o que apreenderam no projeto João de Barro”, afirmou. (R.R)     

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