Roraima registrou, segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, 22.356 pessoas nascidas no estado que se mudaram para outras unidades da federação (emigrantes) e 19.618 pessoas que vieram de outros estados para viver em Roraima (imigrantes internos). Isso resultou em um saldo migratório negativo de 2.738 pessoas, ou seja, mais saídas do que entradas.
Migração entre brasileiros
Importante: Os dados se referem exclusivamente à migração interna entre estados brasileiros – ou seja, pessoas nascidas em Roraima que saíram e pessoas de outros estados que chegaram ao estado. Não estão incluídos os imigrantes internacionais, como os venezuelanos, cuja presença é significativa em Roraima nos últimos anos, mas são contabilizados em outro levantamento do IBGE.
Essa mudança acompanha uma tendência inédita em toda a Região Norte. Entre 2017 e 2022, o Norte do país recebeu 231 mil pessoas de outras regiões, mas perdeu 432 mil moradores, resultando em saldo migratório negativo de 201 mil pessoas – o primeiro desde 1991, quando esse tipo de dado começou a ser coletado. A reversão de fluxo chama atenção, já que a região historicamente atraía migrantes de outras partes do Brasil, especialmente durante ciclos econômicos de expansão.
Amapá e Roraima têm baixa retenção de nativos
Além de Roraima, o Amapá também apresentou um baixo índice de saída de pessoas nascidas no estado, em relação a outros estados do país. A busca por oportunidades de trabalho, estudo e serviços pode estar entre os fatores que explicam essa migração.
19,2 milhões vivem fora da região onde nasceram no Brasil
O Censo 2022 mostra que 19,2 milhões de brasileiros moram em uma região diferente daquela onde nasceram. Entre esses, 10,4 milhões nasceram no Nordeste, com 6,8 milhões (65,5%) residindo hoje no Sudeste, refletindo um movimento migratório de longa data, ligado à busca por emprego e infraestrutura.
Por outro lado, as regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) têm os maiores percentuais de população que permanece na própria região. O Centro-Oeste, por sua vez, atrai muitos migrantes, com apenas 73,4% dos moradores nascidos na própria região.
Rio de Janeiro lidera saldo negativo no país
No cenário nacional, o estado do Rio de Janeiro teve o pior saldo migratório do Brasil, com uma perda de 165 mil pessoas. É a primeira vez desde 1991 que o estado registra saldo tão negativo. A maioria se deslocou para São Paulo (21,4%), Minas Gerais (17,7%) e Espírito Santo (7,3%).
