Cotidiano

Mais de 120 quilos de drogas foram incinerados este ano

Com 66% de aumento, a quantidade de maconha foi a que mais cresceu quando comparada a 2018, enquanto a cocaína diminuiu em 37,5%

Em torno de 123 quilos de entorpecentes foram incinerados este ano pela Polícia Civil de Roraima (PCRR). O material faz parte de 220 processos que tramitam na Justiça entre Autos de Prisão em Flagrante (APF), Auto de Apreensão em Flagrante por Ato Infracional (AAFAI), Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC).

Estas apreensões resultam de investigações da PCRR e abordagens diárias feitas em todo o estado pela Polícia Militar, Polícia Federal Rodoviária e Guardas Municipais. A Polícia Federal realiza a sua própria incineração.

Houve um aumento de aproximadamente 8% na quantidade total de quilos incinerados em 2019 em relação ao ano passado. Com 66% de aumento, a quantidade de maconha foi a que mais cresceu quando comparada a 2018, enquanto a cocaína diminuiu em 37,5%. 

Confira a tabela:

*Dados cedidos pela Polícia Civil de Roraima

O crescimento das apreensões não se deve somente à intensificação das abordagens nas ruas, mas ao aumento do fluxo de pessoas em Roraima, analisa o titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), delegado Leonardo Barroncas. Ele explica que muitos destes materiais são oriundos da Venezuela, Guiana e Colômbia.

“Nós já fizemos apreensões em veículos vindos da Venezuela [que trazem o entorpecente dos outros países] com a droga no tanque de gasolina. Onde geralmente escondem também é no forro ou painel do carro. Ultimamente a Polícia Federal tem feito diversas apreensões nas aeronaves”, complementou.

A destruição deste material é feita somente com liberação judicial em uma cerâmica localizada em Boa Vista. Não há uma quantidade mínima para que as incinerações aconteçam, mas é um processo demorado, explica o delegado. 

“O levantamento sobre a quantidade de drogas e dos procedimentos é um processo demorado. Quando é enviado para a Justiça, demora entre 15 dias a um mês. Em seguida nós fazemos a programação com o pessoal da cerâmica e todo o procedimento de segurança do local com equipe de 15 a 20 pessoas. Isso é visado para que ocorra tudo bem”, disse Barroncas, que também informou haver outros 120 quilos em depósito para incineração, mas que devem ser destruídos somente no próximo ano devido à falta de tempo.

Todo o procedimento é acompanhado por representantes do Ministério Público e Vigilância Sanitária. É feito também um teste para comprovar que os materiais são de fato entorpecentes e todo o processo só é encerrado quando as drogas são totalmente incineradas dentro dos fornos. 

O delegado frisa que o auxílio da população é essencial para que o trabalho seja feito, por meio das denúncias feitas pelo número 181, que garante o anonimato ao cidadão.

“É importante que essas drogas sejam tiradas de circulação e incineradas. A cada momento existe um traficante tentando aliciar menores de idade e até adultos com esses entorpecentes, porque eles vivem disso, do consumo. Quanto mais a gente combater, menos droga em circulação a gente terá”, finalizou.