Cotidiano

Mais de 100 audiências de conciliação devem ser realizadas em Boa Vista

6ª Semana Nacional de Execução Trabalhista começa hoje; Objetivo do evento é conscientizar devedores a quitar pendências

Mais de 100 audiências de conciliação devem ser realizadas em Boa Vista Mais de 100 audiências de conciliação devem ser realizadas em Boa Vista Mais de 100 audiências de conciliação devem ser realizadas em Boa Vista Mais de 100 audiências de conciliação devem ser realizadas em Boa Vista

Cerca de 112 audiências de conciliação foram pautadas em Roraima para a 6ª Semana Nacional de Execução Trabalhista do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que se inicia hoje, 19, e termina nesta sexta-feira, 23. Segundo a coordenadora do evento e juíza do trabalho, Edna Barbosa, o que se busca é conscientizar o devedor de que o melhor a fazer-se é buscar uma forma de resolver o débito para não sofrer restrições no crédito.

Serão priorizados os processos na fase de execução, ou seja, que já têm o direito declarado, mas não receberam do devedor. Para a resolução, uma das ferramentas que serão utilizadas são as audiências de conciliação. Das 112 audiências em pauta, 37 estarão na 1ª Vara; 33, na 2ª Vara; e 42, na 3ª Vara. “A audiência por si só não vai ser a única finalidade para dar efetividade à execução, mas sim mais uma ferramenta”, disse.

Além disso, o evento vai priorizar o uso de atos de constrição de débito dos executados. De acordo com Edna, no Amazonas, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 11ª Região (AM/RR) já está firmando convênio com o Instituto de Protesto para protestar também via cartório por meio da certidão judicial. Ela disse que já estão em fase de negociação também para Roraima.

De acordo com a coordenadora, o TRT 11ª Região está tentando resolver o maior número possível de processos para reduzir o passivo de processos em execução de todo o País. O devedor que não concordar em resolver a situação poderá ficar impedido de participar de licitações e terá bens e contas bloqueadas. “A forma que temos agora é partir para uma investida mais dolorosa, digamos assim”, pontuou Edna.

O bloqueio pelo Banco Central, que pode ser recomendado de imediato online, a inscrição do débito do devedor no Serasa e agora o Protesto Judi são atos contra os devedores para que tentem resolver, parcelando ou quitando da forma que puder pagar, a fim de que não seja necessário o judiciário utilizar as ferramentas que tem ao alcance.

Segundo a coordenadora, o objetivo do CSJT ao editar as semanas é tentar dar efetividade ao processo da fase de execução e mostrar para os jurisdicionados que a Justiça do Trabalho busca até o último instante que o direito reconhecido na sentença seja de fato cumprido e entregue no crédito que o trabalhador tem a receber. “Por isso que nosso slogan é que a justiça só é efetiva quando entregue por inteiro, não basta declarar, tem que ser cumprido”, pontuou.

DESAFIOS – Pela principal dificuldade, que é driblar os devedores que tentam burlar a Justiça por meio de laranjas, ou até os que não têm recursos suficientes, Edna ressaltou que o Sistema de Investigação de Movimentação Bancária (Simba) já está disponível ao órgão. Pelo Simba, os juízes quebram o sigilo do executado e investigam o rumo do patrimônio em questão, quem tinha procuração e quem recebeu, para descobrir laranjas. “A [Operação] Lava Jato está aí para provar que laranjas existem, e para isso temos que fazer uma investigação patrimonial, algo mais profundo”, disse.

Sobre a questão dos que têm falta de recursos, a coordenadora relatou que a crise atingiu a todos, até o próprio Judiciário. “Nós temos uma situação difícil, mas não podemos fechar os olhos para a questão do devedor porque o crédito a ser recebido é de natureza alimentar. O trabalhador precisa do dinheiro mais do que o devedor, que conseguiu a mão de obra para realizar o trabalho e agora deve. Temos que investir no patrimônio”, declarou Edna.

Conforme a coordenadora, a falta de recurso tem gerado uma quebradeira. Em Boa Vista, existem pequenas demandas com relação a microempresários e comerciantes de estabelecimento de médio porte que geram as rescisões e que não pagam. Outra questão acontece em razão do Governo do Estado, que terceirizou os serviços e depois encerrou os contratos. Consequentemente, as empresas contratadas pelo Governo, por sua vez, não pagaram o trabalhador.

Edna ressaltou que, além das audiências de conciliação que estão em pauta, ainda há o acervo passivo que será trabalhado diante da reanálise, uma vez que a conciliação é apenas um dos atos. “Todo o restante vai ser objeto de revisão e utilização de ferramentas eletrônicas para que alcancemos o patrimônio do devedor”, frisou.

NACIONAL – O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) espera beneficiar milhares de trabalhadores durante a Semana Nacional de Execução Trabalhista. O mutirão nacional conta com o engajamento dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho para que as partes recebam os valores que lhes são devidos em processos já julgados pela Justiça do Trabalho. A edição anterior do evento, em 2015, arrecadou mais de R$ 691 milhões para o pagamento de dúvidas trabalhistas, beneficiando mais de 100 mil trabalhadores. (A.G.G)

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