O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou ontem, 10, os indicadores de Qualidade da Educação Superior de 2015. Em Roraima, a maior parte das instituições de ensino superior obteve a pontuação 3, numa escala de 1 a 5, no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), calculado a partir da avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A instituição que chegou mais próximo da nota máximo, com 4 pontos, foi a Faculdade Cathedral.
O Centro Universitário Estácio da Amazônia, a Faculdade de Ciências, Educação e Tecnologia do Norte do Brasil (Faceten), Faculdade Maurício de Nassau de Boa Vista (FMN Boa Vista), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) e as universidades Federal (UFRR) e Estadual (UERR) de Roraima tiraram nota 3 no IGC. A única que obteve pontuação 2 na pesquisa foi a Faculdade Roraimense de Ensino Superior (Fares).
Os únicos cursos que obtiveram nota máxima no Enade (cinco pontos) foram o de Administração (bacharelado) da Faculdade Cathedral; Ciências Biológicas (bacharelado) da UFRR; e Marketing (tecnólogo), também da Cathedral. Já os cursos que obtiveram nota mínima no exame (um ponto) foram os de Administração, Ciências Econômicas e Pedagogia da Fares; Turismo, História e Agronomia da UERR; Ciências Econômicas e Letras – Português e Inglês da UFRR; Saneamento Ambiental do IFRR; e Secretariado da Estácio Amazônia.
INDICADORES – São três os Indicadores de Qualidade da Educação Superior: Conceito Enade (CE), Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Em 2015, foram avaliados os bacharelados de todo o Brasil nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e áreas afins e os Eixos Tecnológicos em Gestão e Negócios, Apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design.
Esse universo representou 26 áreas de avaliação, 8,1 mil cursos, 447 mil participantes. O número de concluintes regulares inscritos no Enade 2015 foi de 549,8 mil, mas apenas são considerados nos indicadores aqueles participantes que fazem as provas e respondem ao Questionário do Estudante.
REPROVADAS – A instituição com pontuação abaixo de 3 será informada por portaria a ser publicada nas próximas semanas no Diário Oficial da União (DOU). Uma instrução normativa vai estabelecer as ações para cada caso. Se em dois ciclos consecutivos de avaliação for repetida a pontuação 2, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do MEC adotará medidas cautelares para a superação das eventuais fragilidades.
Dentro dessas medidas, está a assinatura de um termo de compromisso da instituição com o MEC, para posterior avaliação in loco. O não cumprimento do termo firmado pode acarretar na suspensão da autonomia da instituição para criar novos cursos, até que tudo seja regularizado.
Se o problema permanecer é aberto um processo administrativo, que pode resultar em uma série de sanções previstas em lei, como a redução de vagas, o cancelamento do curso e até o descredenciamento da instituição. Nos últimos dois casos, os alunos já matriculados são assistidos pelo MEC para a conclusão da graduação, incluindo a transferência para outras faculdades.
A instituição que consiga diagnosticar suas dificuldades, que estabeleça metas e cumpra a melhoria dos cursos permanecerá inscrita nos programas do MEC, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).
SATISFATÓRIO – Os resultados dos indicadores de qualidade da educação superior de 2015 mostraram que um total de 2.109 instituições, a maior parte (67%) obteve a pontuação 3, numa escala de 1 a 5, no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC).
A média é considerada satisfatória, segundo a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini. “São poucos os cursos que precisam de uma ação de supervisão direta pelo MEC. Para as instituições com pontuação 1 e 2 não há punição e, sim, medidas de apoio, a fim de que possam melhorar”, explicou.
Do total de instituições de ensino superior avaliadas no país, 85% tiveram desempenho satisfatório (com notas igual ou acima de 3) e 15% foram classificadas como “insatisfatórias” (notas inferior a 3).
Pai cobra emissão do certificado de
conclusão do filho na rede pública
Alunos que concluíram o ensino médio em 2016 temem não conseguir se matricular em universidades públicas e privadas. A situação ocorre porque, segundo os pais, as unidades de ensino da rede estadual não estão emitindo o certificado de conclusão escolar, documento obrigatório para o ingresso no ensino superior.
Segundo o pai de um estudante que concluiu o ensino médio na Escola Lobo D’Almada, Renato Castro, a instituição emitiu apenas o histórico escolar e declaração de conclusão ao filho. “Meu filho passou em Engenharia Civil na Universidade Federal de Roraima [UFRR], mas a instituição exige o certificado para concluir a matrícula”, disse.
Conforme ele, o prazo para a entrega do documento é até 20 de março. “Os alunos têm um prazo para concluir a matrícula, sob o risco de perder a vaga. Quando vamos à escola, eles informam que a emissão é feita pela Secretaria de Educação. Eu imagino que, assim como ele, outros tantos estejam na mesma situação”, afirmou.
GOVERNO- Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) informou que os certificados de conclusão de Ensino Médio são expedidos pelas escolas. “Antes da confecção do documento, a lista com os nomes dos alunos precisa passar pelo Setor de Fiscalização da Educação para conferência. Depois desse processo, a relação com os nomes dos alunos é publicada no Diário Oficial do Estado e, somente após essa etapa, é que as escolas estão autorizadas a emitir os certificados”, explicou.
Quanto ao aluno em questão, que informa que ainda não recebeu o certificado, a Escola Estadual Lobo D’Almada informou que nenhum aluno aprovado no vestibular será prejudicado. “Até quarta-feira, 15, os certificados estarão prontos. A relação dos nomes dos estudantes saiu com erro ao ser publicada no DOE, sendo necessária a publicação de errata, que já foi providenciada. A escola ressalta que ainda está dentro do prazo para entrega do documento”, frisou. (L.G.C)
Índice de matriculados em faculdades
particulares se mantém estável há 5 anos
O índice de matriculados nas duas principais instituições de ensino superior da rede privada do Estado, o Centro Universitário Estácio da Amazônia – Atual, na zona Oeste da Capital, e na Faculdade Cathedral, zona Leste, se mantém estável nos últimos cinco anos. Em ambas as instituições, as vagas disponibilizadas durante o período de vestibular são preenchidas de forma total.
De acordo com a assessoria da Estácio, as matrículas têm se mantido e, em alguns semestres, até apresentam crescimento. A gestão da instituição atribuiu o fato ao portfólio, que é ajustado constantemente. “Com a oferta de novos cursos com demanda no mercado de trabalho, como na área de Saúde, por exemplo,” explicou. Para o diretor geral acadêmico da Cathedral, professor Doutor Bismarck Duarte, a redução preocupa.
O diretor explicou que, apesar de o Ensino Superior oferecer poucas vagas, as disponibilizadas no vestibular sempre são preenchidas, principalmente nos cursos de Direito, Fisioterapia, Odontologia e Farmácia. Ele explicou que, se o número de concluintes do 2º grau fosse de sete mil, por exemplo, o Estado de Roraima como um todo não teria como atender a demanda.
Ele explicou que há remanescentes, mesmo que em números não alarmantes. “Em Psicologia há umas oito pessoas que não conseguiram matrícula porque o número havia excedido. No Direito, cerca de 30 tentaram ingressar, mas não conseguiram a pontuação”, disse.
Conforme Duarte, no início da faculdade havia, em maioria, acadêmicos que tinham ficado sem estudar. Atualmente, foi constatado que o perfil dos alunos passou para os mais jovens. Pelo menos 80% dos estudantes são ingressantes do Ensino Médio. (A.G.G)