Cotidiano

Mãe tenta trocar botton da sonda do filho há oito meses e não consegue

A mãe da criança de 2 anos e 8 meses informou que seu filho usa o mesmo botton há quase dois anos, gerando preocupações diante do risco de contaminação.

A dona de casa Larissa Silva, procurou a FolhaBV na manhã desta quarta-feira, 12, para denunciar que há oito meses espera a compra do botton de gastrostomia de seu filho de 2 anos e 8 meses que sofre com disfagia grave. Segundo ela, toda semana procura o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), especificamente a farmácia, e a Superintendência de Assistência Farmacêutica (SAF), mas nunca obtém resposta satisfatória nem confirmação de um prazo para a chegada e entrega do item.

“Só dizem que tem que esperar, pois ainda não chegou, mas que a qualquer momento pode chegar. Vou à SAF que é a responsável por compras de material hospitalar da Prefeitura e uma hora dizem que já foi comprado, na próxima semana que vou lá saber alguma data de previsão da chegada desse material e outra pessoa diz que nunca nem foi comprado, ou seja, ficam levando em banho-maria. O único meio que o meu filho se alimenta é através dessa sonda. Meu filho não tem como comer através da boca por conta da disfagia que ele tem”, destacou a mãe da criança.

A denunciante ressaltou que semanalmente faz ligação telefônica ou vai pessoalmente ao hospital da criança pra saber se o botton chegou, mas não consegue encontrar o responsável pela farmácia da unidade de saúde. “Eu queria poder conversar com ele, parece até que é um funcionário fantasma porque nunca está lá. Quando vou à direção do hospital, dizem que não é só o botton do meu filho que tá demorando chegar e tem de outras crianças que também estão aguardando, mas na SAF eles dizem que está tudo encaminhado, que já foi comprado e está para chegar, só que há 8 meses eu estou ouvindo promessas e esperando chegar”, desabafou a Larissa Silva.

A mãe da criança disse que pesquisou o preço do botton pela internet e descobriu que custa cerca de R$ 2 mil, além de ter ido às lojas especializadas na venda de materiais hospitalares, mas o produto não está disponível em Boa Vista.  “Aqui no estado não vende. Se eu tivesse condições já teria comprado de fora, mas no momento não tenho recursos financeiros”, acrescentou.

A criança nasceu com disfagia, o que impede que se alimente pela boca, e os pais foram comunicados ainda na maternidade, nos primeiros dias de vida. “Hoje ele se alimenta através do botton, mas o botton que ele está usando, está super velho e, agora em agosto, vai fazer dois anos que foi trocado, sendo que tem que ser trocado pelo menos uma vez por ano para não ter risco de contaminação, porque vai para dentro do estômago da criança e para evoluir para uma infecção, quando está velho, é muito rápido”, alertou a mãe.

O pai do menino também procura o Hospital da Criança e a SAF, em busca de respostas, mas nunca é informado sobre a data da chegada e entrega do botton. “Nunca dão uma data porque dizem que não podem dar uma data exata alegando que pode ser que demore mais tempo ou que chegue antes e que a qualquer momento pode chegar. Eles só falam isso. Ficam dando esperança de que já compraram e estão aguardando chegar. Nesta semana, segunda-feira (10) liguei para a SAF, conversei com um rapaz [servidor] e ele confirmou que estão com muitos pedidos de botton, mas todos atrasados porque a última compra feita desse material foi no meio do ano passado, ou seja, há praticamente um ano que foi feito pedido de botton”, cobrou.

O botton fica exposto, junto à pele do abdômen de quem faz uso e é parte da sonda interligada ao estômago.

A reportagem da Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista que informou por meio de nota que o botton de gastrostomia já foi comprado e a solicitação para entrega já foi encaminhada à empresa. De acordo com informações enviadas à Secretaria Municipal de Saúde, o material será entregue ainda nesta semana.