Por Sheneville Araújo
Questionada sobre o grande volume de lixo retirado rotineiramente das margens do rio Branco, sobretudo no perímetro de área conhecida como Beiral, em que frequentemente cenas de lixo descendo dos quintais das casas para o rio são flagradas, a Prefeitura de Boa Vista admitiu enfrentar dificuldades para acabar com o problema no local.
Conforme informações repassadas pela Secretaria Municipal de Gestão Ambiental o trabalho de coleta de lixo no Caetano Filho, mais precisamente na área conhecida como Beiral, é programada conforme calendário pré-estabelecido do serviço e este ano já foram realizados dois mutirões de limpeza no local. No entanto, uma ação mais rigorosa requer apoio policial.
Em nota, a Secretaria esclarece que a limpeza só pode ser feita com a presença da Polícia Militar, pois alguns moradores prejudicam os serviços, colocando em risco a integridade física dos coletores. “As equipes da secretaria de Gestão Ambiental trabalham a conscientização ambiental dos moradores e pedem a colaboração para manter a cidade limpa e organizada”, informou a nota, afirmando ainda que a Prefeitura de Boa Vista vem estudo uma foram de trabalho nessa área ambiental com os moradores do Caetano Filho.
Por outro lado, a Caerr (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), que mobiliza de dois em dois meses um grande grupo de voluntários no programa Caerr nos Rios, para limpeza de mananciais da cidade, afirma que também tenta além de limpar, conscientizar a população para evitar que o principal rio do estado, o rio Branco, responsável pelo abastecimento de água da Capital, e também os demais igarapés da cidade, sejam prejudicados e consequentemente toda a população.
“A intenção com esse programa Caerr nos Rios é que um dia a gente consiga diminuir a quantidade de tantos resíduos que retiramos. Mas infelizmente isso ainda não aconteceu. No ano passado foram mais de quatro toneladas e este ano mais de cinco. Percebemos assim, que mesmo com toda essa força tarefa que promovemos de dois em dois meses, os moradores continuam jogando lixo e poluindo nossas águas, as águas que servem inclusive para o consumo deles, que jogam os resíduos”, comentou o presidente da Caerr, Danque Esbell.
Ele informou, que além da ação com voluntários para a limpeza dos mananciais, a Caerr também promove palestras educativas nas escolas da rede estadual e municipal, quando solicitada, e acaba de lançar uma cartilha educativa, visando despertar a consciência ambiental no maior número de pessoas.
“Sabemos que é uma luta difícil, que o ser humano geralmente opta pelo mais fácil, mas queremos que ele perceba que muitas vezes, escolhas fáceis podem ser erradas e prejudicá-los com uma intensidade muito mais no futuro”, destacou, lamentando o fato de os próprios moradores das margens dos rios continuarem poluindo um recursos tão importante que serve para eles, para os filhos e para toda a sociedade.
LIXO NO RIO – A principal causa de deteriorização dos rios, lagos e mares é a poluição, promovida pelas próprias pessoas, por meio de diveras ações, dentre elas, o descarte inadequado de lixo nas águas.
Quando o lixo vai se acumulando no rio, provoca o assoreamento, grande responsável pelos alagamentos em épocas de grande quantidade de chuvas, devido ao transbordamento que o rio sofre com a quantidade de resíduos dentro deles, pois impede o fluxo da água para locais onde o rio é canalizado.
Além de alagamentos, dependendo do tipo de resíduo descartado no rio, a contaminação pode variar de gravidade, gerando mortalidade aos animais e plantas aquáticas e promover doenças às pessoas em contato com aquela água.