Cotidiano

Lixo e mato fazem avenida ‘sumir’ no Paraviana 

Local onde deveria existir uma avenida tem somente um caminho estreito em meio ao matagal

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades 

Um pequeno caminho aberto em meio a um matagal, cheio de lixo espalhado no chão. Essa é a descrição do local onde deveria ser a Avenida Ester de Oliveira Seabra, antiga T-10, no bairro Paraviana, zona leste da capital. A situação dessa avenida chegou à Folha por meio da denúncia feita por um empresário que não quis ser identificado e possui dois terrenos no bairro desde 2015. Ele reparou que a frente dos lotes, registrados e reconhecidos em cartório, era justamente no local onde deveria existir a rua.

O morador contou para a reportagem que abriu, em maio de 2018, um processo de requerimento de serviços junto à prefeitura para que fossem feitos os trabalhos de adequação da avenida, porém não recebeu retorno do poder municipal.

“Qual o problema disso tudo? Todos os lotes que ficam ali são de frente para essa rua que existe no papel, está no registro de imóveis, mas na verdade nunca foi aberta e está coberta de mato”, ressaltou o denunciante.

A situação da avenida Ester de Oliveira Seabra complica a vida dos donos de terreno no local, inviabilizando a venda e até mesmo qualquer tipo obra.

“Do jeito que está, a Caixa não paga para ninguém que quer comprar, não dá pra construir ou financiar nada porque o banco tem uma regra para isso: quando a rua é de terra, é certo valor; se tiver asfalto, o valor aumenta; agora, quando não tem a estrutura básica, é zero. Então fica bem inviável fazer qualquer coisa ali”, explicou o denunciante.

O empresário também mencionou que o caso passou por vários departamentos da prefeitura. “Uma secretaria joga pra outra e ninguém resolve nada. A Ehmur (Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional) joga pro Meio Ambiente, que vai para obras e volta pra Ehmur. Chegaram até a falar que, como já consta no mapa da prefeitura, seria rápido ter providência. Mas é só conversa, não dão nenhuma resposta”, criticou.

Como no local onde deveria estar a rua existe uma picada aberta, o denunciante acredita que os moradores do outro lado do matagal utilizem esse atalho.

“Ainda não consigo entender para onde foi o dinheiro da abertura dessa avenida. Como é que consta no documento da prefeitura esse logradouro? A gente sabe que tem todo o estudo técnico e a autorização pra criação desse trecho, tem verba destinada para fazer os serviços. Sabendo de tudo isso, e aí? Como é que fica agora?” desabafou o empresário.

OUTRO LADO – A nossa equipe entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista questionando quais serão as medidas cabíveis a serem aplicadas a esse caso. Porém, até o encerramento dessa matéria não obtivemos retorno.