VANESSA FERNANDES
Editoria de Cidades
Em 2011, o publicitário Helton Douglas, de 32 anos, decidiu iniciar uma empresa de mídia indoor, uma espécie de propaganda feita em locais de espera forçada como lotéricas, padarias e lanchonetes. Depois de entrar em falência por duas vezes em oito meses, foi somente em 2017, com a proposta de um investidor, que o negócio voltou a ganhar fôlego.
“Fiz um estudo sobre o que estava acontecendo e percebi que apesar da recessão, ainda existem empresas que investem na publicidade e tentam se diferenciar para não sucumbir à crise”, explicou Helton.
Em busca desse público, ele lançou um aplicativo para facilitar o acesso dos possíveis clientes ao contato das empresas parceiras anunciantes “A estratégia é sempre buscar o oceano azul. Fazer cursos e se manter atualizado. Se você diminuir a velocidade, alguém te passa para trás”, completou.
Mesmo com a crise, segundo pesquisa do Sebrae, foram criadas mais de 11 milhões de empresas nos últimos três anos e meio. Os jovens são os que mais realizaram algum curso de empreendedorismo antes de abrirem um negócio e, ao mesmo tempo, são os que fizeram mais cursos após iniciar a carreira empreendedora. 33% dos empresários até 24 anos fizeram alguma capacitação antes de empreender. Entre donos de pequenos negócios com idade entre 25 e 34 anos, 32% se capacitaram antes de abrir a empresa. Já para aqueles com mais de 35 anos, 24% buscaram qualificação prévia.
“O perfil do jovem empreendedor hoje em dia é de uma pessoa inovadora, mas que não possui muito os pés no chão. Diferente dos empreendedores mais velhos que são um pouco mais criteriosos com relação a investimentos e mais preocupados com a questão pratica do negócio” avalia Graciela Missio, analista técnica de inovação do Sebrae. “Toda essa criatividade e dinamismo do jovem é muito boa. Com isso, conseguimos moldá-los para visualizar o negócio como um todo. Aprendem a estudar o mercado e a se colocar no lugar do cliente”, finaliza.