NO CANTÁ

Invasão às margens da RR-207 se expande e situação preocupa moradores

Para tentar conter a expansão, moradores reforçam o cercamento das propriedades e cobram ações do poder público.

Invasão, que estaria acontecendo há uns cinco anos, expandiu ao longo da RR-207. Foto: Nilzete Franco/FolhaBV
Invasão, que estaria acontecendo há uns cinco anos, expandiu ao longo da RR-207. Foto: Nilzete Franco/FolhaBV

A invasão de terras às margens da RR-207, no município de Cantá, continua avançando e já atinge áreas próximas a pistas de pouso e propriedades rurais. Com o uso de máquinas e apoio de grupos organizados, famílias — em sua maioria migrantes venezuelanos — realizam capina, demarcação de terrenos e iniciam a construção de pequenas estruturas para moradia.

O avanço tem gerado preocupação entre produtores da região, que relatam aumento da insegurança, destruição de cercas e prejuízos com furtos. Para tentar conter a expansão, moradores reforçam o cercamento das propriedades e cobram ações do poder público.

“Já queimaram a vegetação e estão derrubando árvores para montar os barracos. A gente está no prejuízo, porque ninguém ressarce o que foi roubado”, denuncia o apicultor Carvilio Neto, morador local. Segundo ele, a situação afeta não apenas a produção agrícola, mas também a segurança das famílias, uma vez que faccionados teriam sido presos no local. “Eles têm força, têm estrutura. A gente não tem a quem recorrer”, completa.

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Em um dos casos, barracos foram construídos em frente a uma pista de pouso. As estruturas foram removidas para garantir a segurança das operações, já que a presença de pessoas nas proximidades pode representar risco de acidentes.

“Essas áreas não são apropriadas para moradia. Qualquer acidente aéreo pode colocar vidas em risco. Não é só uma questão fundiária, é uma questão de segurança”, alertou Neto.

O que diz o Governo

A faixa de terra entre a RR-207 e os terrenos regulares é de responsabilidade do Estado. Um ano antes, em junho de 2024, a Folha noticiou pela primeira vez a ocupação, já consolidada à época em trechos próximos à rodovia. Moradoras afirmaram que nunca foram abordadas por órgãos públicos sobre a posse das terras.

Na ocasião, a Secretaria de Infraestrutura informou que enviaria uma equipe técnica para avaliar a situação. O Governo do Estado foi novamente procurado, em nota, afirmou que “já acionou seu setor jurídico e medidas serão tomadas junto aos órgãos responsáveis”.espera de um parecer

À espera de um parecer

Em resposta à situação, o vice-prefeito e secretário de infraestrutura de Cantá, Ronald Brasil, afirmou à reportagem que o município foi informado sobre a ocupação irregular e já tomou algumas providências.

O município recebeu a documentação da empresa de táxi-aéreo e encaminhou agentes de segurança para conversar com a população e coibir a ocupação no trecho mais recente. Porém, parte da área já estava ocupada há muitos anos, antes mesmo da gestão do prefeito André Castro. Encaminhamos a situação à Procuradoria Geral do Estado para que tome as providências legais e ingresse com a ação de reintegração de posse”, explicou.

Ronald Brasil também enfatizou a preocupação com a segurança dos moradores, devido ao tráfego intenso na rodovia e à proximidade de uma área de pouso e decolagem de aeronaves. “Nosso objetivo é garantir a segurança dos moradores, que estão dentro da faixa de domínio da rodovia asfaltada. Assim que a Procuradoria nos der um parecer, a Prefeitura pretende agir para reintegrar a posse para o Estado e intensificar o combate a ocupações irregulares”, destacou.

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