Cotidiano

Indígenas vão discutir nova proposta sobre passagem do Linhão de Tucuruí

Informação foi repassada pelo procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de Roraima, Edson Damas, que acompanha a situação a pedido da comunidade indígena Waimiri Atroari

Os indígenas Waimiri Atroari vão discutir no dia 3 de maio uma nova contraproposta de compensação financeira ambiental oferecida pelo governo federal para acabar o impasse em torno do Linhão de Tucuruí. A obra, que promete interligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e garantir a segurança energética do Estado, inclui passagem das linhas de transmissão pela Terra Indígena situada na divisa com o Amazonas.

A informação foi repassada pelo procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), Edson Damas, que acompanha a situação a pedido da comunidade indígena. “[Os Waimiri Atroari] tiveram reunidos nesta semana com os advogados deles e vão voltar a se reunir em assembleia no dia 3 de maio, na aldeia deles, em assembleia, com as lideranças deles, para ver se aceitam ou não a contraproposta do governo federal”, informou.

A FolhaBV pediu informações da Funai (Fundação Nacional do Índio) sobre a proposta oferecida e aguarda retorno. A reportagem também tenta contato com a Associação Comunidade Waimiri Atroari a respeito do assunto. Além disso, aguarda informações do Ministério Público Federal (MPF) sobre as ações judiciais em torno da questão.

Procurador atribui demora no avanço do Linhão à burocracia estatal


O procurador de Justiça, Edson Damas, do MPRR (Foto: Arquivo FolhaBV)

Edson Damas destacou que os indígenas “nunca colocaram empecilho” para os avanços nas negociações com o governo federal e atribui a demora para o avanço das negociações em torno do Linhão à burocracia estatal.

“O Estado que demora pra decidir, vem um e fala uma coisa, depois deixa de dizer. Muda de liderança, ministro, presidente da Funai. Então, o problema é o Estado brasileiro, a União federal”, explicou. “As coisas estão caminhando muito bem, os indígenas são muito rápidos quanto a isso, o que eles querem é que o mais rápido possível se resolva”, complementou.