A oferta de imóveis residenciais no bairro Caimbé, localizado na zona Oeste da Capital, tem aumentado nos últimos seis meses por conta do aumento da criminalidade, comercialização de drogas e prostituição dia e noite na região. Alguns moradores alegam que é impossível criar os filhos ou netos em um ambiente como este.
Conforme uma moradora, que não quis ser identificada e colocou o imóvel à venda há alguns meses, ela não aguenta mais morar no bairro. Para ela, é impossível sair de casa sem ser abordada por homens que acham que todas as pessoas que transitam ali são profissionais do sexo. “Estou com minha casa à venda há uns seis meses e não quero mais morar aqui. Não vou criar minha neta em um lugar desses, onde o tráfico e a prostituição tomaram conta de tudo. Quero o melhor para minha neta. Não vejo a hora de sair daqui”, afirmou.
Outra moradora, que também não quis ser identificada, está vendendo a residência. Ela relatou à Folha que não pode mais ficar sentada na calçada de sua casa, pois a prostituição acontece dia e noite, além do barulho, que incomoda o descanso da família. “Aqui estou numa cadeia. Não saímos de casa, não podemos sentar na calçada. Elas passam o dia inteiro aqui na calçada, como se fosse delas. O pior é que os homens passam e elas gritam, mostram os seios. Estou torcendo para vender minha casa logo para minha família voltar a ter paz”, salientou.
Em entrevista à Folha, o corretor de imóvel Édson Silva afirmou que há uma demanda de venda de imóveis residenciais no bairro Caimbé e uma dificuldade acima da média para concretizar a venda. Segundo o corretor, as casas na região estão em torno de 5% a 10% mais baratas que imóveis semelhantes localizados em bairros mais distantes do centro que o Caimbé.
“Temos uma oferta boa de casa no bairro Caímbé. São muitas à venda, mas temos uma grande dificuldade de venda, maior que em outros bairros da Capital. Agregamos estes fatores realmente à prostituição e ao tráfico de drogas, que vem desvalorizando o lugar”, enfatizou. (E.S)