Os impactos da imigração venezuelana em Boa Vista é tema de audiência pública que será realizada, na próxima quinta-feira (5), no Plenário Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV), em atendimento a requerimento proposto pelos vereadores Dra. Magnólia Rocha e Renato Queiroz.
Para essa audiência pública, foram convidados todos os órgãos municipais, estaduais e federais ligados direta ou indiretamente à questão, além de representantes da Agência Nacional da ONU para Refugiados (ACNUR), Judiciário, Ministérios Públicos de Roraima e Federal, OAB-RR, ONGs e sociedade civil, somando mais de 30 instituições.
A vereadora Dra. Magnólia afirma que é preciso começar a educar as pessoas para fazerem um trabalho em favor das pessoas, do coletivo, que seja de interesse de todos. De acordo com ela, os vereadores representam o povo e a Câmara Municipal – que é a Casa do Povo – é o espaço ideal para essa discussão.
“O que nós queremos, nessa situação caótica pela qual passa o Estado e nosso Município, é garantir a segurança, a saúde, e tudo aquilo que é nosso por direito, que foi programado, planejado por meio dos programas, dos planos plurianuais, da lei orçamentária para atender a uma população de cerca de 510 mil habitantes”, enfatiza
Dra. Magnólia diz ainda que o Estado – nem o Município – estava preparado para essa “inundação de pessoas” que vieram para cá fugindo de um país em decadência. “Mas nós também precisamos garantir, resguardar a nossa situação aqui no Brasil”, observa.
A vereadora Dra. Magnólia Rocha enfatiza essa é uma questão de responsabilidade do Governo Federal e não do Estado ou do Município. Mas entende que todos devem cumprir seu papel. Ela defende ser preciso que todos juntos – Município, Estado, a União, e o povo de uma forma geral –, possam se unir para buscar soluções concretas quanto a essa situação da imigração venezuelana.
“A Casa do Povo, que representa a população, os munícipes de Boa Vista, está preocupada com esta situação, independente de partido, de cor, raça, credo, quem ajuda mais ou quem ajuda menos. Essa audiência não é para medir quantitativamente quem faz mais e quem faz menos, ou apontar quem fez ou deixou de fazer. Essa disputa não nos interessa. O que nós queremos é solução. Nós queremos é que todas as pessoas ou instituições, que já ajudam, mas de forma isolada, que possamos nos unir nesta causa”, conclama
Segundo a vereadora, a sociedade clama por respostas. “O Estado e o Município vão executar as ações, mas para isso são necessários recursos do Governo Federal e de controle. É isso que queremos saber: cadê esses recursos, quem vai fazer o controle disso?”
Dra. Magnólia afirma que a audiência pública servirá para cobrar atitudes, ações concretas. “A igreja ajuda de um lado, a universidade faz de outro, a Assembleia Legislativa se reúne, ou seja, cada um trabalha de forma isolada, sem se unir para tomar atitudes, decisões concretas para garantir de fato e de direito a nossa segurança, a saúde e a educação de todos nós que moramos neste Estado”, observa.
Estado vitimizado
Para a vereadora Dra. Magnólia, o Estado, de uma forma geral, está sendo vitimizado por conta dessa situação e questiona o quê o Governo Federal está fazendo de concreto.
“A nossa audiência pública não é para fazer o que todas que já aconteceram até agora fizeram. É para clamar ao Corpo de Bombeiros, às Forças Armadas, os Ministérios Públicos de Roraima e Federal, os conselhos de classe, entre outros, para que se reúnam e unam forças. Nós queremos respostas concretas. Como nós vamos resolver essa situação? Quais as sugestões?”, questiona.
A vereadora disse que todos devem se unir para cobrar que o Governo Federal faça seu trabalho, cumpra com suas obrigações, porque a população de Roraima já está cansada de visitas e mais visitas de ministros. “Talvez esse dinheiro que vem sendo gasto nessas visitas, já poderia estar sendo investido para amenizar essa situação, levando os imigrantes quem precisa ir para os outros Estados ou países vizinhos, por exemplo”, aponta.
Magnólia Rocha reforça que o principal objetivo da audiência pública é chamar para a reflexão do que fazer e como resolver. “Todos já fizeram alguma coisa pelos nossos irmãos venezuelanos. Muito ou pouco, mas fizeram. O nosso Estado, eu, você, sua família, todos nós é que seremos vítimas dessa situação se juntos não tomarmos medidas concretas”, finaliza.