Cotidiano

IFRR do Amajari estuda capim como fonte de energia alternativa

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Com pouco mais de cinco anos implantado no município, o Campus Amajari do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (CAM-IFRR) tem desenvolvido pesquisas na busca de alternativas para o desenvolvimento da região e do Estado, em especial a utilização da biomassa como alternativa energética. Junto com a solar e a eólica, a biomassa está entre os tipos principais de energia limpa.

Desde 2014, o diretor do Departamento Técnico do CAM, Rafael Fiusa de Morais, doutor em Agronomia (Ciência do Solo) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, vinculada à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ao Centro Nacional de Pesquisa em Agrobiologia, vem pesquisando a biomassa de poáceas (gramíneas) como alternativa energética.

A primeira etapa da pesquisa é a avaliação do desempenho do capim-elefante no campo experimental do CAM para saber a adaptabilidade aos solos e ao clima da região. Morais explicou que esse tipo de gramínea consegue produzir muita biomassa em um curto espaço de tempo, sem fazer o uso de altas tecnologias. “Ele cresce em solos ácidos, de baixa fertilidade, que predomina no País e é tolerante à seca”, disse.

O pesquisador explicou que esse capim sempre foi estudado para alimentação de animais ruminantes, haja vista a capacidade de crescer em ambientes inapropriados para outras culturas. Ao final de 2014, a pesquisa concluiu que entre três e seis meses a biomassa do capim começa a apresentar características favoráveis à geração de energia. Em 2015, sabendo da adaptabilidade da cultura, Morais começou a avaliar a qualidade do material.

Os estudos avançaram no sentido de conhecer a qualidade da biomassa produzida, agora incluindo outros capins, como brachiaria e colonião, para serem utilizados na fabricação de briquetes (material moído e prensado em forma de cubos). “Nem toda biomassa é indicada para gerar energia. A ideia foi analisar a parte da qualidade da biomassa, em especial o teor de lignina e o poder calorífico”, afirmou Morais.

Dos três tipos de capim, o que teve maior produtividade foi o elefante, apresentando mais que o do dobro quando comparado ao colonião e a brachiaria. Em termos de qualidade, o pesquisador comentou que não teve muita diferença. Todos os materiais estão aptos para ser usados como fonte de energia, mas, com relação à biomassa, o elefante é mais apropriado para gerar energia por apresentar as maiores produtividades.

Com o resultado da pesquisa, a ideia é plantar o capim-elefante em áreas atualmente não utilizadas na agricultura, cultivando, cortando, triturando e secando para ser usado na queima direta ou na briquetagem. “É uma alternativa ao uso da lenha como fonte de energia e de fontes não renováveis, como gás natural e diesel”, esclareceu o pesquisador.

Como complemento dos estudos até então realizados, Morais aguarda liberação dos recursos para o segundo semestre de 2016, para fazer o balanço energético, pesquisando se essas fontes são viáveis no processo de produção, ou seja, se consegue gerar mais energia do que gastou para produzir. Ele informou que neste ano a área plantada no CAM foi expandida de 2.000 metros quadrados para 5.000 metros quadrados.

Nas três pesquisas, participaram alunos do curso Técnico em Agropecuária do Campus Amajari, cujo financiamento é derivado dos editais da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq), destinados a pesquisas em energia renovável. Ao todo, nos três anos de pesquisa, os recursos somaram R$ 98.800,00, sendo R$ 34.000,00 a serem liberados no segundo semestre deste ano.

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