
A expansão das ferramentas baseadas em inteligência artificial alterou de forma significativa a relação das pessoas com a criação de conteúdo. No Brasil, esse movimento pode ser observado a partir do interesse demonstrado nas buscas realizadas no Google, que indicam quais tipos de produções digitais os usuários desejam desenvolver com o apoio tecnológico da IA.
Um levantamento feito pela Adapta, maior ecossistema de IA generativa do Brasil, contabilizou as buscas feitas no Google em 2025, para entender o que os brasileiros mais têm interesse em criar usando IA generativa. Os dados apontam para um uso cada vez mais cotidiano, associado tanto a atividades criativas quanto a demandas práticas.
A partir dos termos pesquisados foi revelado que a criação de músicas, imagens, vídeos, textos e materiais educativos estão entre as principais aplicações desejadas. As informações ainda revelam tendências de uso e ajudam a compreender como a IA generativa vem sendo incorporada à rotina das pessoas no geral.
Tendências de criação digital a partir das buscas
As consultas feitas no Google funcionam como um indicativo do comportamento do público. Ao analisar os volumes de busca, é possível identificar quais formatos despertam maior interesse. Segundo dados compilados pela Adapta, os termos mais pesquisados relacionados à criação com inteligência artificial envolvem conteúdos multimídia.
Entre os destaques, aparecem buscas voltadas à produção musical e visual, que concentram os maiores volumes, com 4.400 buscas mensais cada. Em seguida, surgem os vídeos, que somam 2.900 pesquisas, demonstrando a relevância do formato audiovisual.

Esses dados indicam que o interesse não se restringe ao entretenimento. Há também uma procura consistente por aplicações voltadas à educação, ao marketing digital e à organização de informações, sugerindo usos funcionais e profissionais da tecnologia.
O levantamento que reúne esses dados foi organizado e analisado pela Adapta, a partir de tendências de busca relacionadas à criação com inteligência artificial. A leitura desses números contribui para compreender não apenas o que está sendo pesquisado, mas também de que forma a tecnologia vem sendo associada às demandas cotidianas.
IA generativa: o que é e para que serve
A IA generativa é um ramo estratégico da inteligência artificial que impulsiona a produtividade ao automatizar tarefas criativas e fomentar a inovação, com base em padrões aprendidos a partir de grandes volumes de dados. Diferentemente de sistemas que apenas analisam ou classificam informações, esse tipo de tecnologia é capaz de gerar textos, imagens, sons e vídeos originais, com base em comandos fornecidos pelos usuários.
Seu funcionamento se apoia em modelos computacionais treinados para reconhecer estruturas linguísticas, visuais ou sonoras. A partir disso, a ferramenta consegue produzir resultados coerentes com o pedido realizado, como uma ilustração, um parágrafo de texto ou uma composição musical.
Esse processo não envolve reprodução literal de conteúdos existentes, mas, sim, a combinação estatística de padrões aprendidos.
De acordo com análise publicada pela Bain & Company Brasil, o uso de soluções baseadas em inteligência artificial generativa no Brasil está associado principalmente a ganhos de produtividade, aprendizado e experimentação criativa. O estudo aponta que os brasileiros utilizam essas ferramentas tanto para fins pessoais quanto profissionais.
Aplicações mais buscadas pelos brasileiros
A variedade de termos pesquisados indica diferentes motivações de uso. No campo criativo, a música e a criação de personagens sugerem interesse em expressão artística e entretenimento. Já as buscas relacionadas a ebooks, textos, slides e aulas apontam para finalidades tanto educacionais quanto informativas.
As aplicações práticas da inteligência artificial generativa incluem desde apoio à escrita até organização de conteúdos visuais, sendo utilizadas como ferramenta complementar no processo criativo. O material destaca que a tecnologia tem sido incorporada como suporte, e não necessariamente como substituição.
No contexto brasileiro, as buscas com a palavra “grátis” aparecem de forma recorrente, o que evidencia uma preocupação com o acesso. Isso reforça a ideia de que a adoção da tecnologia ocorre de maneira experimental, com usuários testando possibilidades antes de investir em soluções mais avançadas.
Esse cenário também revela uma aproximação gradual da população com conceitos tecnológicos, antes restritos a ambientes especializados. Ademais, a criação de conteúdos digitais passa a ser vista como uma atividade acessível, mediada por interfaces simples e linguagem natural.
Logo, ao observar os volumes de pesquisa, fica evidente que a IA generativa se consolida como uma ferramenta de apoio à criação, ao aprendizado e à comunicação. As buscas refletem curiosidade, experimentação e adaptação gradual, sem indicar, até o momento, uma ruptura abrupta nos modos tradicionais de produção de conteúdo.