A Sexta-feira Santa, que evoca hoje a morte de Jesus, é um dia de jejum para os fiéis católicos, que não celebram uma missa, mas uma cerimônia com a apresentação e adoração da cruz. Este é um dia alitúrgico, no qual os fiéis podem comungar na celebração que decorre durante a tarde, perto da hora em que se acredita que Jesus teria morrido.
De acordo com o padre Mário Castro, o jejum é um gesto de abstenção de algo para que essa iniciativa gere no coração o sentimento de solidariedade. “É você se solidarizar porque quando a nossa fome é voluntária ela tem uma dor. Só que quando ela é sentida quando a gente não tem meios nenhum é outra dor porque é uma dignidade que é negada. Então o jejum é uma forma de se solidarizar também pelo sofrimento de abster-se para poder partilhar e saber o que o outro sente, saber a dor do outro e é por isso que a igreja incentiva isso exatamente para criar esses laços de solidariedade para com o mundo”, explica.
Ele ressalta ainda que o jejum não é necessariamente a obrigação de não comer nada. “É você comer menos, comer simples, não fazer banquete. Ao invés de fazer banquetes como se faz na semana santa, hoje é feito um convite para a simplicidade. A gente experimentar a humildade e o pouco para poder sobrar do nosso e poder fazer a partilha com as pessoas”, completa.
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A simbologia de realizar o jejum na sexta-feira santa, de acordo com o padre Mário, faz parte de todo o mistério que envolve paixão de Jesus, que começa com a quaresma. “Então nos 40 dias igreja convoca os cristãos a se converter. E esses gestos de abstinência, de oração, de esmola e de caridade são exatamente pontos para ajudar nesse processo de conversão. Na semana santa, claro, se intensifica”, ressalta.
O padre aproveita para convidar os cristãos a praticar esse gesto ao longo do ano. “Não é necessariamente fazer o jejum só nesse dia. Tem gente que jejua uma vez por mês, uma vez por semana, que faz o jejum toda sexta-feira da quaresma. Nós incentivamos para o ano inteiro. É uma forma de purificação, de auto controle, de auto domínio sobre as vontades, sobre os desejos. Então o jejum nos ajuda a nos equilibrar, nos ajuda a nos integrar nesse projeto de solidariedade”, finaliza.
