O Hemocentro de Roraima precisa de doações de sangue de fator Negativo. Todos deste grupo estão em situação de alerta, mas o sangue O Negativo, conhecido como “doador universal”, é o que está com o menor estoque. O tipo O Positivo, apesar da grande quantidade de bolsas, é o que tem maior saída, necessitando de reposição constante. Os voluntários podem se dirigir ao órgão, que fica próximo ao Hospital Geral de Roraima.
A assistente social do Hemocentro, Rafaela Pessoa, explicou que no mês de dezembro cai a quantidade de doadores por causa das viagens de férias e das festas de fim de ano. Muitos voluntários já realizaram o máximo de visitas permitidas anualmente (até três para as mulheres e até quatro para os homens). “No ano passado também não recebemos um número expressivo”, disse.
Apesar de a distribuição para os hospitais de Roraima no Natal ter ficado dentro da normalidade, 600 pessoas foram atendidas pelo Hospital Geral de Roraima (HGR) somente no final de semana do dia 25. Os motivos: ferimentos por arma de fogo e branca e acidentes. O Hemocentro distribui bolsas de sangue para todos os hospitais de Roraima através de espaços chamados de Agências Transfusionais (AT).
Por isso, apesar de o estoque do fator Positivo estar abastecido, o comparecimento dos voluntários é essencial. “Como a probabilidade é de que aumente o número de acidentes de trânsito no fim do ano, por causa das festas, pedimos a quem for viajar que venha aqui antes, para nos ajudar a fortalecer todo o nosso estoque”, pediu Rafaela Pessoa.
PROCEDIMENTO – A faixa etária exigida para quem vai doar sangue é de 16 a 69 anos, com mais de 50 quilos e com documento de foto válido em todo o Brasil. Uma vez no Hemocentro, o voluntário passa por uma triagem: grávidas ou lactantes (mães em período de amamentação) não podem doar; também não podem doer homens e mulheres que tenham contraído hepatite depois de 11 anos de idade, nem sífilis, AIDS, doença de chagas e quaisquer outras transmissíveis pelo sangue em qualquer fase da vida.
É preciso ter dormido durante pelo menos seis horas na noite anterior à coleta. O doador não pode estar em jejum nem ter ingerido comidas gordurosas. Álcool é proibido até 12 horas antes, e o cigarro, até duas horas antes. Depois que o sangue é recolhido, ele é dividido em plaquetas, hemácias e plasma, o que facilita a distribuição para mais de um paciente. As bolsas de sangue são utilizadas em procedimentos como cirurgias, atendimentos de urgência e transplantes de órgãos.
Voluntários convidam a população a doar sangue
Cadastrado há três anos no Hemocentro, o empresário Ezequiel dos Santos recebeu uma ligação da própria instituição para comparecer na manhã de ontem ao local. Seu sangue é O Positivo. “Todos deveriam vir até aqui, pois o sangue serve para quem está doente, e um dia pode ser alguém da nossa família que precisará que tenha estoque”, comentou.
O montador de móveis planejados Aleff Cláudio também veio após ser convidado pelo Hemocentro, com quem tem cadastro como doador há dois anos. Mas ele costuma ir espontaneamente doar o seu tipo: B Negativo. “É importante vir no fim de ano porque é um momento de curtição, em que ocorrem muitos acidentes. Temos que ajudar estas pessoas”, comentou.
A solidariedade também é a motivação da professora Érica Sousa, que voluntariamente deixa um pouco do seu sangue tipo O Negativo. Ela escolheu o período de fim de ano para fazer a sua terceira doação. “Sempre que posso, nas folgas do trabalho, eu venho. Hoje aproveitei as minhas férias. Recomendo a todos os meus conhecidos a virem. Primeiro porque a gente não sabe o dia de amanhã; segundo porque doar sangue é um ato de amor, como Jesus sempre ensinou na sua palavra: amai o próximo como a ti mesmo”, aconselhou. (NW)