Cotidiano

Governo tem prazo para desativar Centro de Referência ao Imigrante

Defesa Civil realiza trabalho de desmobilização para inserir não índios no mercado de trabalho e indígenas estrangeiros em comunidades locais

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Criado em novembro do ano passado para dar suporte às centenas de estrangeiros que deixaram a Venezuela afundada em grave crise econômica e humanitária, o Centro de Referência ao Imigrante (CRI), no Ginásio Poliesportivo do bairro Pintolândia, na zona Oeste de Boa Vista, deverá ser desativado pelo Governo do Estado até o dia 15 de abril.

Em outubro do ano passado, o governo criou, em caráter extraordinário, o Gabinete Integrado de Gestão Migratória (GIGM) com a finalidade de planejar e executar ações de controle e atenção aos imigrantes venezuelanos. O decreto, no entanto, assinado pela governadora Suely Campos (PP), era válido por apenas 180 dias, prazo que será encerrado no próximo mês.

De acordo com o último censo realizado pela Defesa Civil Estadual, no dia 18 de fevereiro, o abrigo contava com 209 venezuelanos, sendo 143 indígenas, a maioria da etnia Warao, e 66 não indígenas. Desse total, 70 crianças. A média de atendimentos diários, hoje ultrapassa os 300, mas já chegou a 500.

Segundo o chefe da Divisão de Operações Emergenciais da Defesa Civil, tenente Emerson Lima, o trabalho que vem sendo realizado na unidade é de desmobilização. “Na realidade, o Gabinete Integrado foi criado com a finalidade de durar 180 dias. Desde o mês passado estamos trabalhando na desmobilização dos imigrantes, que é uma das várias ações exercidas pela Defesa Civil”, disse.

Ele lembrou que, antes do abrigo, o CRI prestava apenas atendimentos médicos e fornecia alimentação aos imigrantes. “No dia 27 de dezembro, implantamos o Centro por conta de uma decisão judicial que obrigou o Estado a dar abrigo aos venezuelanos. Isso foi ação de resposta ainda”, explicou.

A intenção com a desmobilização dos estrangeiros é inserir os venezuelanos não-índios no mercado de trabalho e abrigar os que possuem etnia em comunidades indígenas de Roraima. “Estamos tentando regularizar a situação dos imigrantes na Polícia Federal para que possam permanecer no país e adentrar no mercado de trabalho de forma legal. E os indígenas ficarão em comunidades do Estado”, informou.

O tenente reforçou que, embora atenda a centenas de imigrantes venezuelanos, o Centro teria que ser desativado. “Damos direcionamento para os que estão no abrigo possam ter condições normais de se restabelecerem. O Estado não vai deixar de atuar na articulação, mas o órgão trabalha no restabelecimento dessas pessoas”, frisou.

ONG dará continuidade à assistência aos venezuelanos

Com a iminente desativação do Centro de Referência ao Imigrante, a assistência aos venezuelanos ficará a cargo da Fraternidade, que é uma Organização Não Governamental (ONG) que já vinha executando os serviços dentro da unidade, como distribuição de café, almoço e janta, além de assistências médica, odontológica e de vacinação.

A instituição anunciou que, com a nova etapa, assumirá a administração do programa de ajuda aos refugiados venezuelanos no Estado e passará a oferecer alimentos, vestimentas e apoio para a legalização deles no território brasileiro. Para isso, habilitará uma casa em Boa Vista, aonde os imigrantes poderão chegar em busca de assistência.

De acordo com a Fraternidade, a nova fase da Missão Roraima Humanitária seguirá contando com o apoio dos missionários, de monges da Ordem Graça Misericórdia e de voluntários da Rede-Luz de Roraima. “A assistência aos imigrantes não mais incluirá alojamento, mas sim a cobertura das demais necessidades básicas. Também continuará respaldando aos indígenas Warao que sejam realocados em comunidades indígenas brasileiras”, destacou. (L.G.C)

 

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