Cotidiano

Governo exonera quase 90 servidores da Codesaima

Decisão foi tomada após contratos de 88 funcionários estarem em suspenso com o fechamento do Mafir desde janeiro; Codesaima diz não ter condições de contrato no momento

Governo exonera quase 90 servidores da Codesaima Governo exonera quase 90 servidores da Codesaima Governo exonera quase 90 servidores da Codesaima Governo exonera quase 90 servidores da Codesaima

Semanas após o anúncio da suspensão de contratos, 88 servidores concursados da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima) receberam nessa quarta-feira, 27, a notícia de que foram exonerados. A informação foi dada pelo presidente da companhia em uma reunião com os funcionários, que devem tentar recorrer da decisão na Justiça.

Os servidores seriam alocados no Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir), após realizarem o concurso em 2017, por determinação judicial do Ministério Público do Trabalho que obrigou a Codesaima a empossá-los. Parte dos funcionários foi empossada em novembro e outros em janeiro, porém, nunca foram chamados para ocupar o posto de trabalho.

A situação começou a apresentar instabilidade quando um laudo feito pelo Serviço Especializado em Medicina e Segurança do Trabalho (SESMT) apontou irregularidades no Mafir e falta de condições de higiene que poderia trazer riscos para a saúde dos empregados. Com o resultado, o matadouro foi fechado em 20 de janeiro e os antigos servidores foram mandados para outras diretorias da Codesaima.

Para o grupo de servidores exonerados, a ação é considerada imoral. “São mais de 80 colegas que abriram mão de direitos trabalhistas para assumir esse concurso e em menos de dois meses fomos pegos de surpresa e demitidos. Não vamos ficar de braços cruzados porque sabemos que existe muita ilegalidade nesse ato. O governo está desfazendo algo que a Justiça determinou”, desabafou Bruno Soares, um dos concursados.

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, não houve uma avaliação correta sobre os contratos suspensos e que resultaram na demissão em massa, sendo assim, os servidores não receberam justificativa alguma para a determinação.

“O que nós queremos é um saneamento dessa situação para que esses 88 pais de famílias não venham a estar no rol dos desempregados agora. Foi criada uma comissão na Assembleia Legislativa para verificar a situação e vamos comunicar o que aconteceu hoje. Isso não termina aqui”, revelou.

MINISTÉRIO PÚBLICO – Logo após serem informados sobre a exoneração, os trabalhadores foram até o Ministério Público do Trabalho, no bairro São Francisco, para saber quais medidas poderiam ser tomadas. Segundo um deles, é possível a entrada de um mandado de segurança com pedido de liminar para suspender a decisão.

Presidente cita condições orçamentárias para demissão

Por telefone, o presidente da Codesaima, Anastase Papoortzis, explicou que além dos problemas de higiene encontrados no Mafir, o Estado não tem condições orçamentárias para novas contratações.

“Atualmente, o governo do Estado e a Codesaima não possuem poder de investimento, é de conhecimento público o caos financeiro deixado pela gestão passada, e a companhia tem hoje uma dívida de pouco mais de R$ 170 milhões. São 272 funcionários, dos quais esses 88 estavam inativos. Muito provavelmente o Mafir será leiloado e ele está penhorado junto à Justiça”, disse.

O presidente apontou que, por causa desse cenário, não tem como pagar às pessoas inativas nem incorporar os servidores ao prédio da companhia.

“Nosso prédio é pequeno e está totalmente tomado. Seria pior ficar adiando uma situação indevidamente, piorando a questão econômica da Codesaima e sem dar uma solução definitiva para essas pessoas. O que a gente quer é salvar a empresa e os demais empregos que temos”, completou. (A.P.L)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.