Cotidiano

Governo do Estado inicia processo de militarização de duas escolas

Primeiras a adotarem o novo método de ensino militar, escolas Ritler de Lucena e Elza Breves, possuem os maiores índices de violência de Roraima

Após concluírem, neste mês, o ano letivo de 2015, as escolas da rede estadual de ensino Professora Elza Breves de Carvalho, localizada no Conjunto Cidadão, bairro Senador Hélio Campos, e Luiz Ritler Brito de Lucena, situada no bairro Nova Cidade, iniciarão o processo de implantação do Ensino Básico Militar (EBM).

O anúncio sobre a abertura do processo de militarização das duas unidades de ensino foi feito no sábado, 19, durante solenidade de posse dos Conselhos Comunitários de Segurança do bairro Cidade Satélite e do Conjunto Cidadão. Na ocasião, foram anunciados os nomes dos novos diretores das escolas.

A direção da escola Ritler de Lucena ficará sob o comando do coronel do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), Sidinei Lima da Silva. Já a direção da escola Elza Breves ficará sob a responsabilidade do coronel da Polícia Militar de Roraima (PMRR), Adelson Filgueira.

Segundo o coronel Filgueira, a principal mudança que deverá ser adotada nas unidades será a disciplina dos alunos. “Iremos adotar a doutrina militar nessas escolas. A grande diferença em relação a um colégio tradicional é que primamos pela parte da disciplina. Na escola militar a gente vai trabalhar com equipe que vai estar especificamente voltada para a disciplina, o que vai oferecer aos professores melhores condições de trabalho”, destacou.

A governadora Suely Campos (PP) afirmou que a mudança surtirá efeito positivo tanto para a comunidade quanto para os estudantes. “O que existe hoje nas nossas escolas é uma questão disciplinar. Os conceitos do colégio militar, implementando a disciplina, a hierarquia e o respeito, são importantes, o que nos deixa felizes e com grande expectativa de que essas escolas façam o diferencial”, ressaltou.

O secretário estadual de Educação, Marcelo Campbell, informou que o próximo passo será fazer as adequações necessárias para que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros assumam as duas escolas em definitivo. “A parte pedagógica continua sendo de responsabilidade da Secretaria de Educação. A PM entra com a parte disciplinar da escola e com as novas regras, da mesma forma que funciona no Colégio Militar”, disse.

Conforme ele, as escolas foram escolhidas inicialmente para receberem o ensino militar por conta do alto índice de violência. “São escolas violentas que ficam em bairros violentos. Antes de serem militarizadas, colocamos monitores militares nas duas unidades e vimos que já diminuiu a questão da violência. Acreditamos que daqui a um ano a realidade da própria comunidade será outra”, afirmou.

Por conta do grande número de pais interessados em matricularem os filhos nas unidades, o secretário informou que as vagas serão preenchidas por meio de um processo seletivo. “Quem já está matriculado, tem direito à rematrícula. Na Elza Breves serão criadas 260 novas vagas, sendo que 50 serão destinadas a filhos de militares e o restante, à comunidade”, complementou.

Somente no primeiro dia de matrícula, Campbell contou que havia mais de 600 pessoas à procura de vagas para as duas escolas. “Esse ano faremos um ranqueamento de notas pelas maiores notas. Além disso, a pessoa tem que morar, no máximo, até dois quilômetros da escola. A partir do ano que vem, será feita de forma efetiva o processo seletivo por prova”, explicou.

As duas unidades de ensino servirão como projeto-piloto para a implantação do ensino militar em outras escolas. “A gente acredita nesse modelo e, se der certo, vamos expandir para mais escolas. É um sistema respeitado. Foi fantástico ver os pais agradecendo por finalmente terem a chance de colocarem os filhos em uma escola onde eles têm certeza que mudará as suas vidas”, frisou. (L.G.C)

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