FABRÍCIO ARAÚJO
As aulas da rede estadual se iniciaram ontem, 7, somente na capital, após um adiamento que modificou o calendário do ano letivo que deveria ter começado em 4 de fevereiro. A medida, de acordo com o governo, visava reorganizar o ensino e adequar o orçamento do Estado para 2019. A Folha visitou algumas escolas e constatou que ainda há problemas, mas os gestores estão apostando em um modelo colaborativo da comunidade escolar para lidar com a situação.
Um dos primeiros passos a ser dado foi limpar os prédios para receber os alunos no primeiro dia de aula. Durante o carnaval, a gestora da Escola Ayrton Senna, Ivone Sobrinho, convidou alguns amigos próximos da escola para ajudar. Já a diretora da Escola Camilo Dias, Doraney Mota, inspirada por Paulo Freire, enxerga a escola como uma integração entre todos os membros que a compõem e fez um chamado pela Internet para um “mutirão de limpeza”.
“Eu dei até um nome: ‘Mutirão Chega de Cinzas’, e vieram quatro alunos auxiliar e eu agradeci bastante porque como nosso famoso educador Paulo Freire disse, a escola não é uma ilha rodeada por pessoas, é um contexto e só se faz escola com a participação de pessoas, não se constrói sozinha, a escola é um todo”, declarou Doraney.
O fornecimento de merenda também foi um dos motivos para a mudança no calendário escolar e muito se especulou se haveria quantidade suficiente para atender a demanda de ontem nas escolas. No Ayrton Senna, tudo funcionou perfeitamente e às 9h30 os alunos estavam sendo servidos.
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Na Escola Camilo Dias a situação foi um pouco diferente. Houve um atraso na entrega da merenda e o intervalo precisou ser adiado, mas por volta das 10h45 os alunos já estavam sendo servidos.
O quadro de professores ainda não é suficiente para atender a demanda das escolas públicas. Mas há um processo seletivo autorizado pela Justiça para suprir a necessidade. Nos casos das unidades que nossa equipe visitou, são necessários professores para horários específicos que não estão completos no quadro de disciplina de algumas turmas.
“O quadro não está totalmente completo, faltam alguns professores, mas é coisa mínima. São horas-aulas de algumas disciplinas, como Matemática, mas não faltam muitos professores, são poucos e a necessidade já está sendo suprida. A Secretaria de Educação já está enviando novos professores”, contou a gestora da Escola Ayrton Senna.
No caso da Escola Camilo Dias, é preciso suprir seis horas para as disciplinas de Geografia, Espanhol, Física, Matemática e Língua Portuguesa. “Nós estamos aguardando o seletivo porque esses professores são os que completam a carga horária”.
As aulas se iniciaram somente em Boa Vista. No restante dos municípios, ainda não há data estabelecida para o ano letivo de 2019, mas a Secretária de Educação e Desportos (Seed) já havia informado que o calendário para as demais unidades será divulgado em 12 de março.
