Cotidiano

Gestão Municipal garante que coleta seletiva será implantada

Dentre diversos pontos, o Plano de Resíduos Sólidos prevê a implantação de reciclagem aliada a mecanismos de coleta seletiva com inclusão de catadores e a extinção do lixão

Gestão Municipal garante que coleta seletiva será implantada Gestão Municipal garante que coleta seletiva será implantada Gestão Municipal garante que coleta seletiva será implantada Gestão Municipal garante que coleta seletiva será implantada

Informando pelo menos desde 2015, que o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos está em andamento para implantação em Boa Vista, a Administração da Capital garante que a coleta seletiva está prevista para implantação, confirmando que atualmente o Município conta apenas com o serviço de coleta domiciliar e coleta especializada de resíduos sólidos de saúde, apesar do contrato com a empresa responsável contemplar a atividade voltada à conservação ambiental.

Apesar de não se ter nenhuma informação a respeito de campanha de sensibilização da população para a realização de coleta seletiva ou para o uso adequado de coletores identificado por cores relacionadas aos resíduos, por meio de nota, a Direção da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente explicou que a implantação das lixeiras seletivas em diversos pontos da Capital, foi para que a população começasse a ter o hábito de separar o lixo orgânico do comum, tendo em vista que o planejamento da Prefeitura sempre foi o de fazer coleta seletiva na cidade.

Eles fizeram questão de ressaltar ainda, que a Prefeitura de Boa Vista promoveu audiências públicas para apresentar o Plano de Resíduos Sólidos, que foi elaborado a partir das sugestões e propostas feitas pela população, instituições e entidades, durante 15 consultas públicas anteriores, e do diagnóstico dos cenários futuros dos resíduos sólidos em Boa Vista.

O plano de Resíduos Sólidos contempla a construção de um novo aterro sanitário na Capital, a redução do volume de resíduos gerados, a implantação de reciclagem aliada a mecanismos de coleta seletiva com inclusão social de catadores e a extinção dos lixões. “O município está obedecendo todos os prazos legais estipulados pelo Governo Federal dentro da PNRS [Política Nacional de Resíduos Sólidos] para implantação de novos meios de destinação do lixo. (L.G.C)

Lixão é um dos maiores problemas da Capital

De posse de uma longa lista de irregularidades ambientais no lixão, em funcionamento desde 2001, a AGU (Advocacia-Geral da União) ajuizou há menos de um ano, junto com o MPF (Ministério Público Federal) e o MPRR (Ministério Público de Roraima), uma ação para obrigar a Prefeitura de Boa Vista a desativar lixão, além de pedirem a punição das empresas que administraram o local, para que sejam condenadas a reparar os danos ambientais verificados.

Dentre as irregularidades apontadas estavam: a ausência de tratamento adequado do chorume produzido pelo armazenamento irregular dos resíduos; a contaminação do solo, do lençol freático e de áreas de proteção ambiental próximas por causa da ausência deste tratamento; a falta de controle sobre a entrada e permanência de pessoas e animais no local, bem como de vetores de proliferação de doenças, como baratas, moscas, roedores e urubus – o que criou uma enorme ameaça à saúde pública da região; a falta de separação adequada de resíduos mais nocivos, como o lixo hospitalar e o eletrônico.

“A destinação apropriada do lixo em áreas urbanas, como serviço essencial que é, possui repercussão direta para o meio ambiente e para a saúde da população, de tal sorte que é indispensável ao poder público promover um adequado gerenciamento, o que não vem ocorrendo no caso em apreço”, assinalaram representantes dos órgãos na ação.

Os autores da ação solicitaram que a Prefeitura de Boa Vista implante um efetivo sistema de coleta seletiva, além de junto com as empresas que administraram o lixão, pagar indenização pelos danos ambientais provocados e recuperar toda a área degradada. “A Constituição Federal de 1988, no artigo 225, considerou o meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem de uso comum do povo, impondo ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, argumentaram.

MEDIDAS – Na época do início do andamento da ação, a gestão municipal informou que possui programa de monitoramento que é feito a cada seis meses no local e garantiu que o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos já havia sido licitado e que começaria a ser operado a partir do segundo semestre deste ano de 2017.

As ações, conforme informado, contemplariam mudanças na coleta e na destinação dos vários tipos de lixo, além da descontaminação do lixo hospitalar e a construção de um novo aterro sanitário, dentro dos mais modernos padrões mundiais.

Contaminação da bacia hidrográfica já havia sido alertada

Antes mesmo à ação das instituições fiscalizadores exigindo reparação da Prefeitura de Boa Vista, quanto aos prejuízos causados por deficiências no sistema de coleta e destinação de lixo na cidade, um mapeamento realizado na área do aterro sanitário de Boa Vista, que se tornou um lixão a céu aberto, localizado na saída ao sul da Capital pela BR-174, apontou que o solo daquela área atingiu nível de contaminação superior a 20 metros de profundidade.

A área onde 300 quilos de lixo são despejados diariamente, fica a 20 metros do igarapé Wai Grande, que deságua no Rio Branco, o principal manancial de água potável do Estado, o que pode representar um perigo significativo para a bacia hidrográfica de Roraima em poucos anos.

O alerta foi feito pela professora doutora em geociências da UFRR (Universidade Federal de Roraima) Lena Barata. A partir do mapeamento realizado, a partir de 2014, foi possível identificar o nível de contaminação do lençol freático da região. “Todos os resíduos sólidos depositados estão contaminando em profundidade. Quando o resíduo é lançado no lixão, a ação do tempo e de organismos faz com que o material venha a se decompor e se transforme em chorume, que é composto por vários elementos químicos e causa a contaminação”, explicou, indicando que o correto seria que ocorresse o descarte correto para cada resíduo para que os impactos sejam ao menos minimizados. “O lixo hospitalar, por exemplo, é jogado lá sem nenhum tipo de tratamento. Isso é irregular. Tem que ser feito depósitos com destino para lixo hospitalar, doméstico, de construção civil e reciclável.” (L.G.C)

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