
O deputado estadual Gabriel Picanço (Republicanos) afirmou neste domingo (7), em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Folha FM, que o asfaltamento da BR-319, rodovia que liga Amazonas e Rondônia, vem sendo articulado conjuntamente por estados do Norte e que tratativas recentes na União Nacional dos Legisladores e Legisladoras do Brasil (Unale), onde atua como vice-presidente, já apontam avanços para a obra.
Segundo o parlamentar, foi protocolado documento no Ministério dos Transportes cobrando ações imediatas na BR-319 e BR-174.“Um dos trechos mais críticos é a “ladeira da Maria Ceará” no km 165”.
“Os acidentes são recorrentes no trecho por causa das condições da via, o Ministério dos Transportes já sinalizou positivamente para o pedido e, por serem áreas próximas, a expectativa é de que as intervenções ocorram simultaneamente. Uma reunião com o DNIT sobre o tema está prevista para ocorrer em janeiro”, explicou.
O parlamentar destacou que integra a Unale desde 2011, e ressaltou que a entidade, que reúne 1.059 deputados estaduais, atua há 38 anos em pautas de alcance nacional, com atenção central às questões da Amazônia. Ele citou debates relacionados à energia, inclusive o Linhão de Tucuruí, transferência de terras, licenciamento ambiental e melhorias de infraestrutura.
Durante a 38ª conferência da Unale, realizada em Bento Gonçalves (RS), ele foi eleito vice-presidente nacional da entidade. “Era um plenário grande, mais de 700 deputados. Ser eleito por unanimidade não foi fácil, o mandato é de um ano”, comentou.
O parlamentar criticou o atual modelo de licenciamento ambiental e disse que pequenos produtores têm sido penalizados de forma excessiva. Ele atribuiu ao processo mais rígido o bloqueio de mais de 2,4 mil lotes no estado.
Picanço citou ainda, um caso ocorrido em 2015, quando um agricultor conhecido como “senhor Alegria” recebeu multa após um incêndio natural. Segundo ele, a tendência é que a fiscalização aumente, após a COP30 em Belém.
“Precisamos rever o licenciamento ambiental, principalmente, para pequenas propriedades da agricultura familiar”, defendeu.
Cajucultura em Roraima
Outro tema abordado foi a consolidação da cajucultura em Roraima, apontada pelo parlamentar como uma das cadeias produtivas mais promissoras do estado, especialmente por fortalecer a economia local e impulsionar a agricultura familiar.
Ele relatou que participou de reuniões com a chefe-geral da Embrapa em Roraima, Hyana Lima Primo, que apontou o fruto como oportunidade concreta para expansão produtiva no estado.
“Pesquisas já identificaram variedades adequadas ao clima local, com destaque para áreas de Bonfim e Normandia. Um dos exemplos citados é um plantio experimental, em Normandia, que apresentou boa produtividade mesmo sem manejo ideal”, reforçou.
O deputado contou que uma fábrica de processamento de caju em Bonfim, foi construída com recursos da Embrapa, mas precisa ser ajustada ao projeto original para entrar em operação. A proposta é agregar valor com produção de castanha, polpa e sucos.
“A Embrapa assegura que a cultura do caju é altamente viável. Precisamos convencer o governo a apostar nessa cadeia para gerar renda e reduzir o assistencialismo. Tudo o que abraçamos tem dado certo, e acredito que vamos avançar também com o caju”, finalizou.