A grave crise que afeta o Estado tem ocasionado atrasos no pagamento dos salários dos funcionários públicos de diversas categorias da administração indireta. Desta vez, prejudicados com a demora no pagamento do salário, os funcionários do Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafirr) protestaram. O pagamento deveria ter ocorrido no 5º dia útil deste mês, mas até ontem não havia sido efetuado.
Para chamar a atenção do poder público quanto à necessidade imediata do pagamento para cerca de 180 funcionários, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbana do Estado de Roraima (Stiurr) realizou, ontem pela manhã, um ato público em frente ao matadouro, na região da Água Boa, zona rural de Boa Vista. “Os servidores estão precisando fazer ‘bicos’ na cidade para poder ganhar dinheiro e sustentar suas famílias”, disse o diretor financeiro da entidade sindical, João do Povo.
Segundo ele, a informação repassada para justificar o motivo do atraso é o bloqueio judicial dos quase R$ 25 milhões das contas do Tesouro Estadual para cobrir o repasse do duodécimo aos demais órgãos e poderes constituídos. No entanto, ele disse que os funcionários do Mafirr não podem ser prejudicados e que o pagamento até o 5º dia útil do mês é uma exigência legal e firmado em acordo coletivo com a categoria.
“Já estamos quase no final do mês e não há previsão do pagamento. Há pressa no pagamento porque os servidores têm suas obrigações financeiras, e é uma questão de necessidade”, protestou o sindicalista.
Outro problema que afeta a categoria se refere à alimentação fornecida no matadouro. Segundo João do Povo, o cardápio é repetido todos os dias no almoço e não há nutricionista responsável pela cozinha. “Pela manhã, são servidos apenas café preto e pão. Uma cozinha que atende diversos funcionários precisa de um nutricionista”, reclamou.
Quanto às condições de trabalho que motivaram a interdição do Matadouro, em julho, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Roraima (SRTE-RR), João do Povo disse que os trabalhos foram retomados, mas a precariedade em equipamentos e máquinas continua, pondo em risco a integridade física dos trabalhadores.
MAFIRR – A Folha entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado para saber um posicionamento a respeito do Mafirr, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria, no início da noite. (A.D)