Cotidiano

Funcionários da Eletrobras não descartam possibilidade de greve

Após determinação do Tribunal Superior do Trabalho, apenas 25% dos empregados paralisaram o serviço

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Funcionários da Eletrobras Distribuição Roraima aderiram à paralisação nacional de 72 horas contra a privatização da empresa. A ação, uma iniciativa do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), juntamente com sindicatos dos trabalhadores de empresas de energia, contou com cerca de 100 servidores em Roraima, que se reuniram em frente à sede da distribuidora, localizada na Av. Ene Garcez, no Centro.

Desde o ano passado, o Governo Federal tenta encontrar meios para agilizar o processo para privatizar a Eletrobras com a afirmativa de diminuir os problemas ocasionados pela distribuição energética e pelas dívidas acumuladas pela estatal. No entanto, a decisão tem causado controvérsias entre os empregados e sindicalistas.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou por meio de liminar que 75% dos quadros de funcionários deveriam continuar nos postos de trabalho para que os serviços essenciais fossem mantidos, após um pedido do governo em classificar a paralisação como ilegal.

Segundo o presidente Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (STIU-RR), Gissélio Cunha, atualmente cerca de 25 mil empregados em todo o país estão com risco de serem demitidos em massa se a privatização for acertada. “São seis empresas que estão na mira da privatização, quatro na Região Norte e duas no Nordeste. A gente sabe que nosso estado é isolado do país, então privatizar a empresa não é bom para o desenvolvimento do estado”, explicou.

Conforme informou o presidente do Sindicato, existe a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado caso não haja um entendimento entre os funcionários e o governo. Gissélio informou que a preocupação não é somente com os funcionários, mas também com a população que vai sofrer impactos negativos, sendo o aumento significativo no custo da conta de energia e o risco de descontinuidade no fornecimento do serviço. Além do pedido de suspensão da privatização, os empregados querem a saída do presidente da estatal, Wilson Ferreira Pinto Júnior.

É uma situação que aterroriza o eletricista Rodrigo Macedo, que veio do Pará há dois anos após a aprovação em um concurso público e atualmente estuda Engenharia Elétrica com custeio da própria empresa. “Você já pensou em [mais de] 350 funcionários demitidos aqui em Boa Vista? Onde não tem fábrica, não tem indústria, não tem supermercado para todo mundo? No Pará privatizou e a energia subiu para R$ 1,10 o kilowatts. Então eu sei o que é ter a energia cara. Isso vai prejudicar funcionários? Vai, mas a sociedade será mais afetada”, pontuou.

Entre os pontos que foram discutidos na mobilização, estava a falta de informação no processo que corre para a privatização e também no pouco conhecimento da população em relação às consequências da venda da Eletrobras. “A população não tá sendo informada da forma correta, falta divulgação. Ainda não mensuram a gravidade da privatização, não só do setor elétrico, mas também da Casa da Moeda, Caixa Econômica… Isso tudo é nosso, a gente vai pagar por um serviço que seria para a gente, mas agora eles querem mudar tudo”, afirmou a eletricista Wandy Pinheiro, funcionária da empresa há dois anos.

Mesmo com a multa definida pelo TST no valor de R$ 100 mil por dia parado, a paralisação se mantém até quarta-feira, 13, com horário marcado para começar às 7h30.

ELETROBRAS – Por meio de nota, a Eletrobras Distribuição Roraima informou que durante a paralisação dos funcionários o atendimento presencial funciona normalmente na capital Boa Vista e no interior do estado.

Caso seja necessário o registro de ocorrências e esclarecimentos, a população pode entrar em contato pelo telefone 0800 7019 120, que estará disponível 24 horas. “As equipes de operação e manutenção da Empresa também estarão à disposição da população para o atendimento de serviços essenciais e emergenciais, como cabos partidos, abalroamentos ou outros problemas que causem queda de energia”, finalizou. (A.P.L)

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