Cotidiano

Fronteira da Guiana é fechada após decreto presidencial

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

No inicio da tarde desta quinta-feira (19), o Governo Federal expediu, em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU), portaria que determina o fechamento de todas as fronteiras terrestres do país por quinze dias por conta do Coronavirus (Covid-19), o que inclui a fronteira do Brasil com a Guiana. A fronteira com a Venezuela já estava fechada parcialmente desde quarta-feira (18) e somente o tráfego de mercadorias está ocorrendo normalmente.

Prefeito do município de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos) disse em entrevista exclusiva com a Folha de Boa Vista que considera bastante positivo o fechamento da fronteira com a Guiana.

“Agradecemos a atuação da nossa bancada federal, do governador e principalmente do presidente da República, por ter atendido nosso apelo, que havíamos feito por meio de carta aberta. No mais, temos que tomar todas as precauções contra esse vírus, que não é bem vindo no nosso Estado e no nosso país”, declarou Chagas.

Algumas horas antes de sair a determinação presidencial, a reportagem já havia conversado com o prefeito de Bonfim sobre a situação da fronteira, que até então estava aberta. Na ocasião, ele havia apontado que a região possui um grande fluxo de pessoas de várias nacionalidades, como os próprios guianenses, haitianos e cubanos e que, em geral, cerca de 300 pessoas atravessavam a fronteira antes do bloqueio temporário.

Questionado se tinha conhecimento de rotas alternativas ou ilegais existentes no município para a realização da travessia entre Brasil e Venezuela, o prefeito negou saber até o momento sobre isso. “Agora com o fechamento da fronteira, iremos começar a ver por onde as pessoas começarão a passar”, acrescentou.

De acordo com Chagas, algumas medidas vêm sendo tomadas com o intuito de resguardar a população, como as orientações de higienização para os moradores, o adiamento dos Festejos de Bonfim para o mês de outubro, entre outras medidas.

Comércio continua funcionando, diz prefeito de Pacaraima

O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, também conversou com exclusividade a Folha sobre o fechamento parcial da fronteira com a Venezuela, por meio da BR-174 sentido norte, que ocorre desde quarta-feira (18). Segundo ele, várias pessoas tentavam atravessar para o lado brasileiro por meio de rotas clandestinas durante o dia, enquanto o trânsito estava libertando apenas para a passagem de mercadorias.

Ainda de acordo com Torquato, autoridades de segurança, como a Força Nacional, o Exército Brasileiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal (PF) no perímetro de fronteira, além de forças policiais estaduais no perímetro urbano estão atuando na localidade.

“As autoridades estaduais estão dando apoio à gente no que tange no trabalho de saúde que a prefeitura está fazendo, com panfletagem e palestras, entre outras atividades”, acrescentou.

COMÉRCIO – O prefeito também destacou que, durante o primeiro dia de fechamento da fronteira, o comércio de Pacaraima estava funcionando normalmente.

“Quem estava dentro do município estava indo aos comércios da cidade e o clima aqui tá bem calmo. Alguns se mostraram a favor desse bloqueio e outros se mostraram contra essa medida, muito por conta do prejuízo que esse fechamento poderia acarretar principalmente para o comércio. Isso claramente preocupa, porque são muitas empresas, principalmente do gênero alimentício”, finalizou.