Cotidiano

Fluvial se tornou área residencial

Quando não havia estradas, o transporte era feito por meio de barcos que navegavam pelo Rio Branco

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Aqueles que viveram em Boa Vista entre as décadas de 1960 e 1970 viram a cidade mudar com o passar dos anos. As construções se expandiram por áreas além do Centro – parte histórica da cidade – e o que já existia foi sendo modificado. Este é o caso do antigo prédio da Fluvial, localizado na Rua Castelo Branco, bairro Calungá. 

O local, era administrado pela União, funcionava como porto e desempenhou importante papel socioeconômico para Boa Vista em uma época em que só era possível chegar aqui por meio de barcos pelo Rio Branco.

A Fluvial foi criada ainda na época em que Roraima era Território Federal do Rio Branco. O local fazia parte da estrutura da União. Ali funcionavam dois galpões, um administrativo e outro onde eram descarregadas as mercadorias.

Neste período, não havia rodovias e as existentes eram pequenas e estavam em expansão. Sequer existiam as ligações com Mucajaí e Caracaraí. As estradas para Manaus ou as fronteiras internacionais, só seriam vistas no início da década de 70.

Na década de 1990, não se sabe como a área passou a ser ocupada por particulares. Segundo moradores da região, neste período a Prefeitura de Boa Vista passou a entregar títulos para quem ocupava o local, como forma de autorizar a ocupação e regularizar a situação de quem ali vivia.

A edificação original, no caso, os dois galpões, foi substituída por uma nova estrutura, onde em 1995 passou a funcionar um restaurante. Em seguida o local virou uma casa de shows até ser “vendida” e se tornar área residencial em 2003.

O advogado Jeová Feitosa, que vive no local há 15 anos, afirmou que não somente a casa dele, mas todas as propriedades nas redondezas pertenciam a União. Há cerca de 50 anos, uma série de órgãos públicos ocuparam o local. “Não sei afirmar com precisão em que período, mas a prefeitura começou a titular essas terras com o intuito de cobrar Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Depois disso, muitos que ocupavam estes locais venderam as propriedades. Então, nem todos são os ocupantes originais, o que dificulta saber como que terras públicas passaram a ser ocupadas por particulares”, comentou.

Ele explicou que todos os moradores da localidade participaram de audiência pública na Câmara de Vereadores para verificar a situação do local. “Sei que existe uma disputa entre a Superintendência de Patrimônio da União e a Prefeitura quanto a quem pertence à competência de titulação das terras, tendo em vista que todas estão dentro de um limite de 15 metros de Linha Média de Enchentes Ordinárias que pertencem a União. Uma coisa é certa, os moradores não deixam o local, o imbróglio apenas é quem deve conceder o título, pois a tributação destas áreas vai para quem titular, no caso a Prefeitura ou a União”, concluiu.

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