Cotidiano

Falta de qualificação e experiência profissional impede contratações

Dos cerca de 4.200 trabalhadores direcionados a entrevistas de emprego no primeiro semestre, apenas 158 foram contratados

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Além do número de postos de trabalho ter sido drasticamente reduzido com a crise econômica que assola o país, a falta de experiência e qualificação profissional são obstáculos que impedem muitos desempregados ocuparem uma posição no mercado de trabalho. Em apenas um mês, o Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Roraima encaminha às empresas cadastradas cerca de 700 pessoas em busca de emprego, sendo uma média de 4.200 trabalhadores direcionados a entrevistas no primeiro semestre. No entanto, apenas 158 foram contratados nesse período.

De acordo com o chefe da Intermediação de Mão de Obra do Sine-RR, Nahylton Távora, aproximadamente 100 pessoas procuram diariamente o Sistema Nacional de Emprego, localizado na Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), no bairro Mecejana. “Uma média de 3 mil pessoas por mês procuram emprego no Sine”, informou. “A quantidade dos que são contratados é bem abaixo dos que são encaminhados à entrevista. A dificuldade quanto à empregabilidade se refere à barreira da exigência de experiência e qualificação. Com a crise, as empresas têm exigido mais, querendo o trabalhador já experiente”, disse.

Segundo ele, a Setrabes tem buscado parcerias com instituições de ensino, como o Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Universidade Virtual de Roraima (Univirr), para que disponibilizem cursos profissionalizantes destinados aos que buscam emprego no Sine e precisam se qualificar. “É uma oportunidade para quem precisa se qualificar”, comentou Távora.

O auxílio em busca de uma colocação profissional pode ser realizado também por meio do site www.sine.com.br. No portal, a pessoa pode se cadastrar, criar uma senha de acesso e depois identificar a vaga que se encaixe com seu perfil, para emitir uma carta de encaminhamento e se direcionar à empresa sem precisar se deslocar até o Sine. O Sine possui cerca de 40 mil trabalhadores e 800 empresas cadastradas. “As vagas mais disponíveis estão nas áreas de serviços e vendas. A gente faz o trabalho de intermediação para que o desempregado consiga o emprego”, complementou.

Távora apresentou números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que indicam que os jovens entre 18 e 24 anos são os mais contratados. Segundo os números, no período de um ano, 10 mil jovens nessa faixa obtiveram colocação profissional. As pessoas entre 25 a 29 anos ficam em segundo lugar. Nesta categoria, houve 5.600 contratações também no mesmo período. Na faixa dos que possuem de 40 a 49, cerca de 2.500 desempregados conseguiram colocação. Para a faixa etária de 50 a 64 anos, houve 861 contratados. Entre os que possuem até 17, o número de contratos de trabalho firmados foi de 797.

“Nós recomendamos que as pessoas procurem se qualificar e ter foco. Muitas pessoas dizem que querem qualquer trabalho, mas as empresas querem profissionais que sabem o que quer, se identificando com alguma área e procurando se informar sobre a empresa. Também é importante o cuidado com a aparência pessoal, estando bem vestido, para que de fato tenha chance de concorrer a vaga”, recomendou Távora.

EM BUSCA DE EMPREGO – Os desempregados que estavam ontem em busca de emprego no Sine relataram suas experiências em busca de emprego. A fisioterapeuta Ione da Silva, 37, realizou o cadastro na esperança de ingressar no mercado de trabalho. Ela se formou em 2014 e desde então não consegue emprego. “Sou formada, mas possuo experiência com estética. Então procuro também uma colocação como esteticista”, comentou ao dizer que, além do cadastro no Sine, entregará novamente currículo nas clínicas e hospitais.

Quem também está desempregada há dois anos é Cleonice Falcão Lisboa, 28 anos. “Possuo experiência como zeladora, copeira e atendente de caixa, mas ainda não consegui. Talvez seja a crise, mas estou otimista que algo bom surgirá”, acredita.

Outro sem trabalho que foi verificar as vagas é Leandro dos Santos Câmara, 26. Pai de uma filha de 5 anos, ele está com o aluguel atrasado e em busca de emprego há um ano. “Possuo ensino médio, tenho experiência com serviços gerais, panificação e reposição de mercadorias. Quando vou à entrevista de emprego sempre há muitos candidatos. Participo, aguardo o contato das empresas, mas nunca ligam”.

A jovem Anayane Machado Alves, 19, possui o ensino médio, realizou curso técnico de comunicação visual na área de design, no entanto não consegue obter o primeiro emprego. “São poucas vagas e as que surgem solicitam experiência”, lamentou Anayane. (A.D)

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