O Exército Brasileiro esclareceu, nesta segunda-feira (9), que o Fundo de Saúde do Exército (Fusex) encaminhou uma idosa para cirurgia ortopédica no Hospital Geral de Roraima (HGR) por causa da complexidade do procedimento.
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A declaração ocorre após a Folha BV revelar o caso de Maria da Conceição Bezerra, de 74 anos, cuja cirurgia para corrigir a fratura do fêmur poderia deixá-la com a perna torta por suposto erro da empresa terceirizada Medtrauma no hospital público.
O filho da idosa, Oscarino Anthero Filho, denunciou o caso a órgãos como a Polícia Federal (PF), além de questionar a razão pela qual o Fusex direcionou a idosa para a rede pública, em vez de um hospital particular conveniado pelo plano de saúde.
“Os hospitais conveniados não dispõem do mesmo nível de suporte imediato de ortopedia, apenas sobreaviso, e nem possui o sobreaviso de neurologia clínica, o que pode resultar em atrasos no atendimento e na condução adequada do caso”, esclareceu o Exército, em nota (completa ao final da reportagem).
Ademais, o Exército explicou que, em 15 de maio, após o erro cirúrgico apontado com necessidade de reabordagem, o Fusex se prontificou para isso para internar a idosa em hospital conveniado, porque já não mais se tratava de atendimento de emergência.
“Entretanto, o procedimento não pôde ser realizado de imediato, uma vez que o material específico (OPME – Órtese, Prótese e Materiais Especiais) necessário para a cirurgia encontrava-se indisponível na unidade hospitalar conveniada, sendo providenciado de outro estado”, complementou.
Assim, a internação de Maria da Conceição só aconteceu em 19 de maio, após a chegada do material.
“A reabordagem cirúrgica foi realizada com êxito em 22 de maio, com alta médica concedida em 24 de maio. Desde então, a paciente vem sendo acompanhada diariamente no Posto Médico de Guarnição de Boa Vista para curativos e seguimento ambulatorial”, esclareceu o Exército.
Nota completa do Exército
“Em resposta a sua demanda enviado por e-mail em 5 de junho de 2025, o Centro
de Comunicação Social do Exército esclarece que em 4 de maio de 2025
(domingo), a senhora Maria da Conceição Bezerra, beneficiária do Sistema de
Saúde do Exército deu entrada no Posto Médico de Guarnição de Boa Vista
(PMGU) após sofrer uma queda. Na ocasião, relatou impacto na região
craniana, com episódios de vômito subsequentes ao trauma, e dor no joelho
esquerdo, já submetido anteriormente a procedimento cirúrgico.Após avaliação médica e realização de exame de raio-X, foi constatada
fratura de fêmur. Diante dos vômitos relatados, foi indicada também a
realização de tomografia computadorizada de crânio, com o objetivo de
investigar possível lesão neurológica. Considerando a complexidade do quadro
clínico e a necessidade de atendimento especializado e de emergência em
ortopedia e neurologia, o médico decidiu pelo encaminhamento da paciente ao
Hospital Geral de Roraima (HGR).O transporte foi realizado por ambulância do próprio Posto Médico de
Guarnição de Boa Vista, com a devida comunicação e passagem do caso
diretamente da equipe médica militar para a equipe de trauma do HGR.
Ressalta-se que os hospitais conveniados não dispõem do mesmo nível de
suporte imediato de ortopedia, apenas sobreaviso, e nem possui o sobreaviso
de neurologia clínica, o que pode resultar em atrasos no atendimento e na
condução adequada do caso.Em 15 de maio, após manifestação do médico que já acompanhava o caso, foi
indicada a necessidade de reabordagem cirúrgica. O FUSEX providenciou,
prontamente, uma vez que não se tratava mais de atendimento de emergência,
os trâmites para internação da paciente em hospital conveniado, o Hospital
Ville Roy. Entretanto, o procedimento não pôde ser realizado de imediato,
uma vez que o material específico (OPME – Órtese, Prótese e Materiais
Especiais) necessário para a cirurgia encontrava-se indisponível na unidade
hospitalar conveniada, sendo providenciado de outro estado.A internação ocorreu no dia 19 de maio, em função da previsão de chegada do
material. A reabordagem cirúrgica foi realizada com êxito em 22 de maio, com
alta médica concedida em 24 de maio. Desde então, a paciente vem sendo
acompanhada diariamente no Posto Médico de Guarnição de Boa Vista para
curativos e seguimento ambulatorial.Todas as decisões foram pautadas na segurança, celeridade e qualidade do
atendimento à paciente, priorizando estruturas hospitalares com capacidade
técnica compatível com a complexidade do caso. Os hospitais conveniados,
embora regularmente utilizados para atendimentos eletivos, não dispõem de
cobertura permanente nas especialidades envolvidas, o que poderia
comprometer a agilidade e a eficácia do tratamento em situações de urgência
como esta.”