A 11a Operação Ágata tem ganhado força em Roraima ao intensificar as ações de combate a crimes transfronteiriços e ambientais, como tráfico de drogas, extração ilegal de madeiras e garimpos clandestinos, que são instalados, principalmente, em terras indígenas. Os militares da 1ª Brigada de Infantaria de Selva vêm realizando abordagens a veículos nas barreiras, patrulhas fluviais e nas faixas de fronteira, neutralizando balsas e pistas de pouso que davam apoio à extração ilegal de minérios.
Até o momento, uma pista foi destruída, neutralizadas seis balsas e quatro garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami. Cerca de 1.554 metros cúbicos de madeira proveniente de extração ilegal foram apreendidos e inspecionadas 19 madeireiras, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo 3.641 veículos foram vistoriados, assim como 6 aeronaves, 21 patrulhas terrestres e 10 fluviais.
Durante a fiscalização realizada ontem na barreira da BR 174, sentido Venezuela, foram abordados 755 veículos, entre carros, motos, ônibus e caminhões. “Da fronteira até 150 quilômetros para dentro do país temos poder de polícia. No caso de Roraima, é quase todo o Estado”, disse o segundo-sargento Glaucon Daniel dos Santos, da 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
De acordo com ele, são aproximadamente 1.100 homens que estão realizando missões em todo o Estado durante a operação. Santos disse que as ações de combate a crimes fronteiriços vêm sendo realizadas desde o dia 11 e ainda não possui data prevista para serem finalizadas. A operação Ágata conta com a parceria da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Fundação Nacional do Índio (Funai), Receita Federal (RF), entre outros.
A operação está sendo realizada de Norte a Sul do Brasil, abrangendo 16.886 quilômetros de fronteira, em 11 Estados, com a participação de 11.244 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
AÇÃO SOCIAL – Como parte das ações realizadas pela Operação Ágata, a comunidade indígena Camará, no município de Normandia, Leste do Estado, foi atendida ontem com trabalhos sociais desenvolvidos por 30 militares. Segundo o primeiro-tenente do Comando de Fronteira de Roraima do 7° Batalhão de Infantaria de Selva, Ricardo Carvalho Souza, além de beneficiar os moradores, as iniciativas visam estabelecer uma relação de confiança entre o Exército e as comunidades indígenas, facilitando as missões que são realizadas nessas áreas.
Na ação foram disponibilizados atendimentos médico e odontológico, teste rápido para HIV e hepatites virais, além de corte de cabelo e orientações a agropecuários. As crianças tiveram momentos de recreação numa sala com brinquedos que foram levados e instalados pelo Exército. Também houve apresentação de vídeos com filmes e desenhos animados para o público infantil. Os cães e gatos da comunidade foram vacinados contra raiva e os indígenas receberam orientações agropecuárias. A comunidade possui 215 pessoas de 43 famílias. No local há escola, posto de saúde e outras benfeitorias.
“A ação cívico social é muito benéfica para nossa tropa pela presença do Exército nessas regiões de fronteira e também pelos benefícios que podemos trazer para a população indígena. Antes falamos com o Tuxaua e apresentamos as oportunidades que podemos oferecer, e com o consentimento dele desenvolvemos diversas atividades. É muito benéfico para nossa tropa quando vemos o brilho no olhar da criança ou mesmo do adulto”, disse. (A.D.)