Pagar R$82 na inscrição do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi a única novidade negativa, na opinião de muitos estudantes de um cursinho pré-vestibular. É o caso de Ana Vitória, 16 anos, que fará a prova pela terceira vez, para o curso de Medicina. “Aumentaram muito, o que dificulta porque nós apenas estudamos. Fora isso, fazer a prova em dois domingos dará mais tempo para respirar, para descansar. Estou desde janeiro aqui no cursinho”, comentou.
Deborah Any, de 19 anos, também quer cursar Medicina. Será a quinta vez que ela prestará o Enem, pois ela faz o teste desde o 1º ano do Ensino Médio. Se preparando desde janeiro, ela também não gostou da taxa mais cara. “Talvez o custo para fazer a prova tenha aumentado”, ponderou mesmo insatisfeita.
Mas ela viu muito mais vantagens. “A prova como era antes, um sábado e um domingo em um único final de semana, dependendo do nosso resultado, não dava tempo para nos prepararmos psicologicamente para o dia seguinte. Tínhamos poucas horas entre uma e outra. No segundo dia, eu costumava estar pior. Agora, ficará mais fácil se preparar, descansar e diminuir o nervosismo. É uma ajuda também para as pessoas adventistas, que querendo ou não, tinham dificuldade para fazer a prova aos sábados. Agora, está igual para todo mundo”, observou. (NW)
Inscrições para o exame seguem até o dia 19
O período de inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teve início nesta segunda-feira, dia 8 e segue aberto até as 23h59 do próximo dia 19, por meio do site enem.inep.gov.br. Este também é o prazo para solicitar isenção da taxa e para alterar os dados do cadastro. A inscrição este ano custará R$ 82 e terá que ser paga até o dia 24.
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No ano passado, a taxa de inscrição foi de R$ 68. Mas esta não foi a única mudança: a solicitação de tempo adicional para a realização da prova, assim como o atestado médico que comprove a deficiência, precisarão ser informados ainda no ato da inscrição. Quem estudar em escola pública está automaticamente isento de pagar a taxa. Os outros candidatos de baixa renda precisarão ter registro no CadÚnico (Cadastro Único do Governo Federal) ou terem renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio (R$1.405,50).
As provas serão realizadas em dois domingos consecutivos (5 e 12 de novembro). A ordem da prova também mudou: a redação e a de Ciências Humanas passarão para o primeiro dia; Matemática e Ciências da Natureza para o segundo. Os candidatos com baixa audição ou surdez que se identificarem no ato da inscrição terão direito a assistir um vídeo com a leitura da prova em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Os cadernos de prova manterão a divisão em quatro cores diferentes, mas agora os nomes dos estudantes estarão tanto nos cadernos quantos nos cartões-resposta. A ausência da prova deverá ser justificada por atestado médico, boletim de ocorrência ou documento judicial, e não garantirá mais a isenção da taxa no próximo Enem. A última mudança é que a prova deixa de valer como certificado de conclusão do Ensino Médio: voltará a ser considerada a prova do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos).
DATA DA PROVA – A decisão de alterar o período da prova, que antes era feita em um sábado e um domingo do mesmo final de semana, foi tomada através de consulta pública virtual no início deste ano, no site do MEC (Ministério da Educação). A alteração acabou favorecendo os candidatos adventistas e de algumas vertentes do judaísmo, que costumam reservar os sábados. Até o ano passado, eles precisavam chegar ao mesmo horário que os demais candidatos e ficar isolados até as 19 horas, quando então faziam o exame.
