Cotidiano

Escolas promovem atividades para conscientizar comunidade sobre o Aedes

Estudantes da Escola Estadual Presidente Costa e Silva distribuíram panfletos e verificaram se vizinhos mantêm água empoçada

Escolas promovem atividades para conscientizar comunidade sobre o Aedes Escolas promovem atividades para conscientizar comunidade sobre o Aedes Escolas promovem atividades para conscientizar comunidade sobre o Aedes Escolas promovem atividades para conscientizar comunidade sobre o Aedes

Estudantes de escolas estaduais realizaram ontem uma ação de conscientização sobre o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana – Aedes Aegypti. Foram realizadas exposições de pesquisas e atividades artísticas, palestras e visitas aos vizinhos destas instituições. A atividade começou desde o início da semana e faz parte do projeto “Patrulha Escolar Contra o Aedes Aegypti”, criado em 2016 pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed).

A união entre as duas secretarias faz parte do plano do Ministério da Saúde para alcançar mais pessoas no combate ao mosquito. O dia 30 de março havia sido escolhido como o dia “D”, mas foi adiado para o dia 31 devido à forte chuva que caiu no Estado naquele dia.

A coordenadora do projeto em Roraima, Marilene Teixeira, explicou que os materiais informativos distribuídos pelos jovens são entregues pelos órgãos de saúde, mas que os trabalhos pedagógicos são concebidos dentro das escolas. “A ideia é que todos se dêem conta de que são responsáveis pelo ambiente de casa e do trabalho, não guardando lixo em recipiente que possa se tornar criadouro de mosquito, por exemplo.”

CAMINHADA – Na Escola Estadual Presidente Costa e Silva, no bairro São Francisco, zona Norte, os alunos do 6º ao 9º ano do turno da manhã distribuíram panfletos para quem mora no entorno. Caminhando pela rua Dr. Arnaldo Brandão e pelas avenidas Capitão Júlio Bezerra e Major Williams, eles vistoriavam as residências em busca de água empoçada. Os alunos do turno da tarde inspecionaram o interior da própria escola.

A diretora Jeane Lima comentou que desde a semana passada eles já vinham confeccionando cartazes e apresentando trabalhos sobre os sintomas e a prevenção das doenças causadas pelo Aedes aegypti. “Decidimos pela caminhada para sensibilizar a comunidade e eles mesmos. O aluno é um grande aliado da saúde pública: o que ele aprende na escola, dissemina na sua casa e cobra dos seus pais esta responsabilidade de reservar um tempinho para cuidar do seu ambiente”, afirmou.

A estudante do 9º ano A, Mayara Ferreira, se enquadra no exemplo da diretora. Infectada por dengue duas vezes e uma vez por zika, ela sempre toma cuidado com água parada dentro de sua casa. “Meu pai enche o balde e eu vou e derramo. Ele reclama, e eu respondo: é para não dar dengue.”, demonstrou.

Camille Franciele, também do 9º ano A, gostaria que a atividade se repetisse outras vezes. “Em cada sala de aula deveríamos fazer a vistoria; a escola poderia lembrar que a água pode estar empoçada em lugares muito pequenos. Gostaria que nós alunos fôssemos mais vezes em cada casa conscientizar as pessoas sobre essas doenças”, comentou.

A ideia seria aprovada pela aposentada Luzia Oliveira, que gostou de ver os pré-adolescentes conscientizando a vizinhança e ela própria. “Achei bom demais. Eu nunca tive essas doenças, mas sempre limpo meu quintal e as vasilhas do meu cachorro e do meu gato. Quando chove, já vou derramando a água das vasilhas. Inclusive, nunca vi ninguém pegar as doenças aqui no bairro. Quando adoecem é porque viajaram para fora, ou vieram de outros bairros”, observou.

TODOS CONTRA O MOSQUITO

Órgãos e entidades se unem para atuar na Capital e interior

Atividades como a dessa sexta-feira integram o calendário que o Ministério da Saúde envia todo início de ano à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), que por sua vez distribui para as secretarias municipais. Borrifações nas ruas, monitoramento dos municípios e capacitações de profissionais (principalmente os que entraram após a troca de prefeitos) estão previstos no calendário de Roraima.

A Sala Estadual de Coordenação e Controle (SECC), que monitora principalmente os casos de microcefalia, foi criada neste ano e une órgãos governamentais, forças militares e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Eles estão em contato frequente com o MS através de videoconferência para reforçar o combate ao vírus da zika.

A Sesau ressaltou que em 2016 entregou 46 motocicletas e 300 kits para os agentes de endemia do interior do Estado. Carros-fumacê circularam até mesmo em Santa Elena do Uairén, cidade venezuelana fronteiriça com Roraima. “No fim do ano passado, o Governo de Roraima recebeu do Ministério da Saúde três veículos que irão atuar no monitoramento do trabalho realizado pelos agentes de endemias em todo o Estado. Ainda como parte da mobilização contra o mosquito, a governadora Suely Campos [PP] assinou o decreto que dispõe sobre treinamento para servidores públicos que atuarão como brigadistas nos órgãos estaduais para eliminar focos do vetor. Estes profissionais passarão por treinamento antes de começarem a atuar”, informou.

As ações foram reforçadas após a morte de um macaco por febre amarela no Município de Rorainópolis, no Sul do Estado, em fevereiro. Apesar de a vacina contra a febre sempre ter estado disponível no Estado, novas doses têm sido pedidas ao Ministério da Saúde. A Sesau também aumentou a quantidade de carros fumacê em Rorainópolis, e tem colaborado nas buscas por focos da doença no município. Nenhuma pessoa morreu de febre amarela em Roraima até o momento. A última vez que isso aconteceu foi em 2007.

Desta forma, neste ano de 2017, foram 365 notificações no Estado e apenas 10 foram confirmadas. Foram 184 notificações de chikungunya e apenas duas confirmações. Também foram 60 notificações de zika e 19 confirmações. No ano passado, 1.563 notificações de dengue e 144 delas foram confirmadas. Ainda foram 265 notificações de zika e 103 delas confirmadas. Foram 205 notificações de chikungunya e somente 8 delas confirmadas.

Segundo o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa), Roraima tem seis municípios considerados de alto risco para as pessoas se contaminarem através do Aedes Aegypti: Boa Vista, Alto Alegre, Caracaraí, Iracema, Pacaraima, Rorainópolis. De médio risco, são sete: Bonfim, Cantá, Caroebe, Normandia, São João da Baliza, Uiramutã e São Luiz. De baixo risco, são Mucajaí e Amajari.

Na Capital, a Coordenação de Endemias atende no telefone 3324-1023 para tirar dúvidas a respeito dos agentes de endemias que visitam as residências diariamente. Nos postos de saúde, é possível assistir vídeos e palestras sobre como combater o mosquito. Boa Vista teve 473 notificações de dengue no ano passado, 150 de chikungunya e 223 de zika. (NW)

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