Cotidiano

Escolas e creches deixam de funcionar por conta de furtos

Essa prática criminosa interfere no funcionamento de creches e escolas, até que a energia seja restabelecida

Tem sido frequente o furto de cabos e fios em escolas, espaços públicos, em unidades de saúde, em residências e até a Ponte dos Macuxi e igrejas já foram alvo da ação de criminosos. A subtração desses materiais, em alguns casos, inviabiliza o funcionamento de órgãos públicos. Esta semana, os cabos de energia elétrica da escola municipal Professor Carlos Raimundo Rodrigues, no bairro Tancredo Neves, foram furtados durante a madrugada.

Em consequência desses furtos, normalmente acompanhados de atos de vandalismo, o funcionamento de creches e escolas fica interrompido por falta de energia, bem como pode haver o desperdício de merenda escolar e furto de aparelhos elétricos e eletrônicos, o que depende do horário que ocorrer esse evento.

A diretora Marina Madureira, da escola municipal Professor Carlos Raimundo Rodrigues, disse que esse tipo de crime é lamentável porque causa prejuízo ao patrimônio público e um impacto na rotina escolar. “Quando percebemos o que tinha ocorrido, logo comunicamos a Smec [Secretaria Municipal de Educação e Cultura], que entrou em contato com a distribuidora de energia, que precisou fazer o reparo. Suspendemos as aulas por um dia para que o serviço fosse realizado”, comentou.

Sobre furto da fiação, a Prefeitura de Boa Vista, por meio de nota, informou que nas escolas com maior recorrência de incidentes desta natureza foi solicitada intensificação de rondas da Guarda Civil Municipal, e estão sendo instalados também mais dispositivos ao sistema de segurança existente, para dar maior eficácia na prevenção destes crimes. Reforçou ainda que para evitar furtos e roubos é uma questão de segurança pública, de competência do Estado também.

Esclareceu também que todas as unidades são monitoradas por sistema de alarme e câmeras de segurança em regime ininterrupto. Além do acompanhamento, a Secretaria de Educação e Cultura tem a parceria da Secretaria de Segurança Urbana e Trânsito com vistas a prevenir atos de vandalismos e roubos nas unidades de ensino. Bem como, sempre comunica qualquer fato desta natureza às autoridades competentes.

Explicou que o furto de fios não compromete as atividades escolares porque a prefeitura fica atenta para evitar maiores transtornos, reparando logo em seguida. “Apesar de alguns prejuízos, as escolas têm buscado não comprometer a regularidade das aulas. Até o momento não houve descumprimento do ano letivo por este motivo”, diz a nota.

GOVERNO – A Secretaria de Educação e Desporto (Seed) informou que as escolas possuem vigilância desarmada para fazer a segurança das instituições de ensino. Que o furto dos fios elétricos acarreta prejuízos no atraso das aulas, além de gerar gastos financeiros para o Estado, que precisa fazer a reposição dos fios. 

Informou ainda que, após os furtos, a secretaria realizou junto à Delegacia de Polícia o registro do BO (Boletim de Ocorrência). O Delog (Departamento de Logísticas) estuda formas emergenciais para que as escolas que foram lesadas sejam recuperadas o mais breve possível.

Furto de fiação não tem registros de casos divulgados

E essa onda de furto já vem de longa data. Apesar disso, nem o governo e nem a prefeitura de boa vista disponibilizaram os dados referentes aos furtos na capital e no interior. Um levantamento feito pela Folha nesses últimos quatro anos identificou que em 2015 e início de 2016, por exemplo, foram furtados cerca de 10 mil metros de fiação elétrica do Complexo Ayrton Senna, das praças do Asa Branca, do Mirandinha, da Pirâmide e Simon Bolívar, além do Parque Germano Augusto Sampaio. Ainda em 2015 foram furtados 450 metros de cabos da Ponte dos Macuxi, o que comprometeu a iluminação e a segurança de quem trafega por ali. 

No ano de 2017, a Folha publicou reportagem onde os criminosos furtaram fios elétricos de igrejas e de residências dos bairros Silvio Leite e Pintolândia, zona Oeste. O mesmo material foi subtraído do Centro de Saúde Sayonara Maria Dantas, no bairro Senador Hélio Campos e do prédio do programa social “Família que Acolhe”, também alvo da ação dos ladrões, que levaram os cabos e fios do local. 

Unidades de ensino do estado também já foram alvos desse tipo de crime, como a Militarizada Professora Conceição Costa e Silva, no bairro Alvorada; Maria das Neves Rezende, no bairro Asa Branca; Maria das Dores, no 13 de Setembro; Raimunda Nonato Freitas Silva, localizada no bairro Santa Tereza. (E.R.)