A massa salarial do setor cultural alcançou R$ 102,8 bilhões no ano, o equivalente a 4,5% do total de salários pagos no país (Foto Divulgação)
A massa salarial do setor cultural alcançou R$ 102,8 bilhões no ano, o equivalente a 4,5% do total de salários pagos no país (Foto Divulgação)

As empresas que atuam no setor cultural no Brasil pagaram, em 2022, salários médios mensais 31,5% superiores à média nacional. Enquanto o rendimento médio geral foi de R$ 3.542, os trabalhadores assalariados da cultura receberam, em média, R$ 4.658 por mês. Os dados fazem parte de um estudo baseado no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, 644,1 mil organizações desenvolviam atividades culturais no país em 2022. Esse conjunto de empresas foi responsável pela ocupação de cerca de 2,6 milhões de pessoas, das quais 66,1% — aproximadamente 1,7 milhão — eram assalariadas. O setor cultural respondeu por 6,8% do total de empresas existentes no Brasil, 4,2% das pessoas ocupadas e 3,5% dos assalariados.

A massa salarial do setor cultural alcançou R$ 102,8 bilhões no ano, o equivalente a 4,5% do total de salários pagos no país. O desempenho reforça a relevância econômica da cultura, não apenas como expressão simbólica, mas também como atividade geradora de renda e emprego qualificado.

O CEMPRE, uma das principais fontes do estudo, possui abrangência mais ampla do que as pesquisas estruturais por empresas, ao contemplar tanto atividades específicas quanto diferentes perfis de organizações empresariais ativas. Em razão de mudanças metodológicas, a série histórica do cadastro foi reiniciada em 2022, o que limita comparações com anos anteriores.

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A publicação adota a classificação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que divide as atividades culturais em dois grandes grupos: centrais e periféricas. As atividades centrais abrangem oito domínios ligados diretamente à produção cultural, como audiovisual, música, livros, design e arquitetura. Já as atividades periféricas incluem setores de apoio, como fabricação e comércio de equipamentos e serviços de telecomunicações, essenciais para a fruição cultural.

Em 2022, as atividades culturais centrais concentravam a maioria das organizações, representando 67,0% das empresas do setor, mas respondiam por 48,1% dos assalariados. As atividades periféricas, embora representassem apenas 33,0% das empresas, concentravam 51,9% dos trabalhadores assalariados.

Entre as atividades centrais, o maior contingente de trabalhadores estava nas Mídias audiovisuais e interativas, que reuniam 31,4% dos assalariados desse grupo e também apresentavam os maiores salários médios, de R$ 4.987. No outro extremo, o domínio de Educação e capacitação registrou os menores rendimentos médios, com R$ 2.029.

No grupo das atividades periféricas, Equipamentos e materiais de apoio se destacaram como os maiores empregadores, concentrando 51,9% dos assalariados, além de oferecerem os salários médios mais elevados do setor, de R$ 5.795.

Os dados evidenciam a diversidade interna do setor cultural e seu peso crescente na economia brasileira, tanto em número de empresas quanto na geração de empregos e na remuneração dos trabalhadores.