No mercado há pouco mais de quatro meses, a Venroraima Importação e Exportação, localizada na rua Ivan Edson Gadelha, 51, Jardim Tropical, Zona Oeste, fabrica mangueiras recicláveis e vende o produto para agricultores familiares do Estado. O trabalho envolve, direta e indiretamente, 75 pessoas. Parte da compra de materiais plásticos é oriunda de catadores e associações para reciclagem em Boa Vista, gerando um ciclo de produção e renda que vai desde a matéria-prima até a casa do consumidor.
O processo de produção começa com os catadores, que recolhem os plásticos de supermercados e vedem-nos a R$ 0,60 o quilo para a empresa. “Isto já demonstra o nosso diferencial”, enfatizou o diretor da empresa, Vicente Guimarães. “Antes, o material era recolhido e encaminhado para Manaus [AM]. Para vender para o Estado vizinho era exigido o mínimo de 20 mil quilos e era pago apenas R$ 0,40 por cada quilo, sem incluir o frete”, disse.
O plástico comprado é separado manualmente por uma equipe de cinco mulheres. Logo após, é posto em uma máquina que o tritura e transforma-o em grãos, que são acondicionados em sacos para serem usados como matéria-prima. “Com as mãos, as mulheres limpam e separam os tipos de plástico para poderem ser encaminhados para a granulação. É um trabalho fácil, mas muito importante porque garante a qualidade da produção de matéria-prima para o nosso produto final”, enfatizou Guimarães.
Em seguida, inicia-se o processo de fabricação das mangueiras. Para isso, os grãos de plástico são postos em outra máquina, onde ele é submetido a altas temperaturas, adição de produtos químicos e modelagem. “Para operar estas máquinas, mais seis funcionários passaram por um curso de capacitação, ministrado pela própria empresa”, explicou.
O diretor destacou que antes a compra das mangueiras usadas na agricultura familiar era feita por empresas em São Paulo. Com a chegada da empresa, a aquisição se tornou, no mínimo, 35% mais barata. “Tudo isso mostra que nós estamos gerando emprego e renda. O dinheiro vem daqui e fica aqui, movimentando todos os setores da economia local”, frisou.
Outro fator importante, conforme Guimarães, foi a construção de uma creche ao lado do galpão da empresa para que os filhos das mulheres que trabalham na reciclagem possam estudar sem nenhum custo adicional. “Nós sabemos que reciclar é uma das profissões do futuro, e é importante que nossas funcionárias trabalhem com tranquilidade enquanto sabem que seus filhos estão sendo bem cuidados”, frisou. (JL)
Cotidiano