
O Brasil alcançou, em 2025, uma conquista histórica: saiu novamente do Mapa da Fome da ONU, após registrar índice de subalimentação abaixo de 2,5%, segundo a FAO (SOFI 2025). Esse resultado é sustentado por políticas públicas que colocam a alimentação, a dignidade e a autonomia das famílias no centro das ações. Entre elas, o Bolsa Família ocupa lugar de destaque: mais do que garantir comida na mesa, o programa tem se mostrado um motor para inclusão produtiva e geração de empregos formais.
Em 2024, 75,5% das vagas de trabalho criadas no Brasil foram preenchidas por beneficiários do Bolsa Família. No mesmo período, quando considerado o universo do Cadastro Único (CadÚnico), esse percentual chegou a 98,9%. A tendência se manteve no primeiro semestre de 2025: 80% das vagas formais foram de pessoas do CadÚnico, sendo 711.987 ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, de acordo com dados do Caged.
Apoio que gera autonomia
Em 2024, 1,3 milhão de famílias deixaram o Bolsa Família após melhora de renda. Já em julho de 2025, cerca de 1 milhão de famílias saíram do programa, das quais 536 mil concluíram os 24 meses da Regra de Proteção, mecanismo que garante a manutenção parcial do valor durante a transição para o emprego formal.
Desde julho, famílias que ingressarem no mercado formal seguirão recebendo 50% do valor do benefício por até 12 meses, desde que a renda per capita não ultrapasse R$ 706. A medida dá segurança para que o avanço profissional seja também uma porta para a estabilidade financeira.
Segundo dados do Caged, a maioria das novas vagas formais está ocupada por trabalhadores que recebem o Bolsa Família, reforçando o papel do programa como apoio temporário que conecta transferência de renda à inserção no mercado de trabalho.
Uma história que inspira
O impacto do programa vai além dos números. É o caso de Sergio Lopes, 36 anos, chefe de divisão na Ouvidoria do MDS. Nascido em Triunfo, no interior da Paraíba, Sergio cresceu em uma casa humilde, filho de agricultores. Sem televisão ou geladeira, nem imaginava cursar uma faculdade.
“Eu não conhecia ninguém que tivesse feito, não sabia nem como fazer. Pensava: se eu terminar o ensino médio e conseguir um emprego no mercadinho já está de bom tamanho”, conta.
Tudo mudou em 2004, quando sua família passou a receber o Bolsa Família. O benefício garantiu comida na mesa e abriu caminho para que ele estudasse administração pública. Hoje, ele treina a equipe para atender cada família com empatia, orientando sobre o Bolsa Família.

“Fazer com que outras pessoas recebam o benefício, podendo pelo menos orientá-las, é muito gratificante para mim. […] A fome não espera, ela dói. Só quem passa é que sabe”, lembra. Hoje, Sergio resume sua experiência em uma frase simples: “As pessoas precisam de oportunidades. Oportunidade, só isso”.
Investimento que transforma
Em agosto de 2025, o Bolsa Família atendeu 19,19 milhões de famílias em todo o país, com benefício médio de R$ 671 e investimento de R$ 12,8 bilhões. A cesta de benefícios inclui:
- Renda de Cidadania: R$ 142 por pessoa;
- Benefício Complementar: garantia de R$ 600 por família;
- Primeira Infância: R$ 150 por criança de até 6 anos;
- Benefício Variável Familiar: R$ 50 para gestantes, nutrizes e jovens de 7 a 18 anos.
Além disso, o programa mantém condicionalidades em saúde e educação, como frequência escolar mínima, vacinação em dia e acompanhamento nutricional de crianças. São medidas que protegem o presente e abrem caminho para um futuro mais saudável e justo.
Orgulho nacional
Com resultados concretos e impacto direto na vida das famílias, o Bolsa Família voltou a colocar o Brasil no mapa das soluções sociais. A experiência brasileira é hoje referência em fóruns internacionais como o G20 e a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, reforçando o compromisso do país em enfrentar a fome e a pobreza de maneira estrutural.
Mais do que transferência de renda, o programa é um ponto de partida. Um investimento que garante dignidade no presente e abre portas para que cada família escreva sua própria história de autonomia.
E para quem deseja acessar o benefício, o caminho também é claro: famílias com renda per capita de até R$ 218 por mês devem se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) em um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). O acompanhamento pode ser feito pelo Disque Social 121, e todas as informações estão disponíveis na página oficial: gov.br/bolsafamilia.