A quantidade de veículos no Estado de Roraima ultrapassa o total de motoristas habilitados. Conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Roraima possui 197.632 veículos em circulação, enquanto apenas 125.652 pessoas estão habilitadas. No caso, mais de 70 mil pessoas estão dirigindo sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Segundo o chefe de fiscalização de trânsito do Detran, Vilmar Florêncio, o caso pode ser explicado pela facilidade em encontrar veículos, principalmente motos.
Florêncio explicou que hoje há uma facilidade relevante para a aquisição de veículos, principalmente de motocicletas. “Vemos motos sendo vendidas em lojas de eletrodomésticos na cidade”, pontuou. Ele explicou que também foi criada uma facilidade no valor da prestação, o que tem facilitado o acesso da população para a compra, sobretudo da mais carente.
Contudo, o chefe de fiscalização frisou que as pessoas ainda não se deram conta do perigo que é conduzir um veículo pela cidade sem passar por aulas de legislação e prática, realizadas nos Centros de Formação de Condutores (CFC’s). “Isso, talvez, tenha sido a principal razão para o número de acidentes que já foram registrados esse ano e que abrangem, em sua maioria, os motociclistas”, disse.
Na busca por minimizar os acidentes, Florêncio explicou que o Detran realiza, diariamente, duas blitze fixas, que são as que fiscalizam os veículos que circulam pela via em questão. Fora isso, as viaturas do órgão fazem rondas durante todo o dia e, quando avistam qualquer tipo de infração, ou até mesmo de forma aleatória, é feita a abordagem para verificar a situação do condutor e do veículo.
Segundo Florêncio, as fiscalizações estão ocorrendo e a população está presenciando as ações. “Mas é claro que o foco é sempre tentar aumentar esse ritmo”, explicou ressaltando que aos finais de semanas a atenção é dobrada sobre a questão de embriaguez e direção perigosa, uma vez que é quando aumenta o consumo de álcool. “As pessoas saem para banhos e rios a fim de se divertir e ingerem bebida para depois dirigir”, frisou.
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Vilmar ressaltou que as ações serão intensificadas ainda mais para a questão da alcoolemia, já que a maioria dos acidentes que ocorrem aos finais de semana, e que têm uma gravidade, geralmente envolve pessoas que não têm CNH e que beberam e depois foram dirigir. A questão do excesso de velocidade também será intensificada, uma vez que este tipo de acidente está fadado a vitimar gravemente os envolvidos.
Para ele a solução de um bom trânsito está em três vertentes: a primeira se resume à boa formação do condutor, a segunda com a educação para o trânsito e a terceira com a fiscalização àqueles que não estão informado e não quiseram se educar. De acordo com Florêncio, o Detran tem trabalhado na questão da educação tanto de jovens e crianças, como de adultos.
“Temos recebido solicitações para comparecer em algumas empresas para conversar com funcionários e motoristas sobre regras, a importância do respeito e o que pode ocorrer caso sejam desrespeitadas”, disse. Ele afirmou entender que o órgão está fazendo a sua parte e que falta a população ser mais sensível e respeitar mais as leis de trânsito.
O chefe de fiscalização lembrou dos últimos acidentes graves que ocorreram com veículos maiores, o caso do skatista Tom e da criança que foi atropelada. Segundo ele, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê que o veículo maior sempre tem que tomar conta do menor, ainda assim, os fiscais alertam para que os pedestres tenham cuidado ao trafegar nas faixas.
“Atravessar olhando para o sentido do fluxo da via e que não atravessem distraídos. Apesar do motorista ter a obrigação de cuidar do menor, não podemos entregar nossa vida na mão de algumas pessoas que estão no trânsito de forma irresponsável”, ressaltou. (A.G.G)
